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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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— E quanto a uma amiga, mademoiselle? Talvez eu possa ser sua amiga.

Hélène era o oposto de mim. Ao passo que eu permitia que minha boca me metesse

em problemas, ela era mais reticente e passava dias sem pronunciar mais do que uma ou

duas palavras; enquanto eu era expansiva, rápida tanto no riso quanto no gênio terrível,

ela se resguardava e raramente traía suas emoções. E sei o que você está pensando. O

mesmo que pensou o Sr. Weatherall. Que eu podia aprender algumas coisas com Hélène.

Talvez por isso eu tenha ficado mais contida, tal como acontecera quando a conheci, e em

várias ocasiões desde então. Permiti que ela ficasse comigo e me perguntava por que Deus

aparentemente me favorecera com este anjo.

E assim como eu ficava na companhia de Hélène, isso sem mencionar a necessidade

de evitar qualquer uma das mulheres petulantes do clã dos Carroll, eu também passava

meu tempo praticando luta com o Sr. Weatherall, que...

Bem, não há como negar — ele está ficando lento. Não é o espadachim que costumava

ser. Não é tão veloz como antigamente. Nem tem a vista tão boa. Será a idade? Afinal, lá se

vão 14 anos desde que o conheci, então sem dúvida é uma realidade a ser considerada.

Mas também... Às refeições, eu o via pegar o jarro de vinho antes mesmo que os criados

chegassem até ele, o que não passava despercebido por nossos anfitriões, a julgar pelo

modo como May Carroll o olhava com desprezo. A aversão deles despertava um instinto

protetor em mim. Eu ficava dizendo a mim mesma que o Sr. Weatherall ainda lamentava a

morte de minha mãe.

— Talvez um pouco menos de vinho esta noite, Sr. Weatherall — brinquei durante

uma sessão, quando ele se abaixou para pegar a espada de madeira na grama, a nossos

pés.

— Ah, não é a bebida que me faz parecer tão ruim. É você. Você subestima suas

habilidades, Élise.

Talvez sim. Talvez não.

Eu também passava o tempo escrevendo a papai, garantindo-lhe que meus estudos

continuavam e que eu estava “me empenhando”. Quando chegou a vez de me reportar

mais uma vez a Arno, fiz uma breve pausa.

E aí escrevi que o amava.

Eu nunca havia escrito uma carta com tal carinho a ele, e quando a assinei, dizendo o

quanto esperava vê-lo em breve — nos próximos dois meses, mais ou menos —, aquelas

palavras foram as mais sinceras de minha vida.

E daí que minhas razões para querer vê-lo fossem egoístas? Que eu o enxergasse como

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