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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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— Antigamente chamava-se Queen Anne’s Square — disse-nos o cocheiro —, agora é

apenas Queen Square.

Ele acompanhou a mim e a Hélène até o alto da escada e puxou a sineta. Enquanto

aguardávamos, avaliei a praça, vendo duas filas elegantes de mansões brancas, lado a lado,

muito inglesas. Havia campos ao norte e, próximo dali, uma igreja. Crianças brincavam na

rua, correndo na frente de carroças e carruagens, a rua pulsava de vida.

Ouvimos passos e em seguida um forte raspar de ferrolhos. Procurei demonstrar

confiança. Parecer a pessoa que eu devia ser.

E qual era mesmo?

— A Srta. Yvonne Albertine e sua criada, Hélène — anunciou o cocheiro ao mordomo

que tinha aberto a porta —, em visita à Srta. Jennifer Scott.

Em contraste à vida e ao barulho às nossas costas, a casa parecia escura e agourenta, e

reprimi uma forte sensação de não querer entrar ali.

— A Srta. Scott a espera, mademoiselle — disse o mordomo, inexpressivo.

Entramos em um salão, escuro, revestido de madeira e com portas fechadas que

levavam a outros cômodos. A única luz vinha das janelas em um patamar no alto, e a casa

estava em silêncio, quase mortalmente silenciosa. Por cerca de um segundo esforcei-me

para me recordar o que aquela atmosfera me lembrava, aí me dei conta: parecia nosso

château em Versalhes nos dias posteriores à morte de minha mãe. A mesma sensação de

tempo congelado, de vida levada aos sussurros e passos silenciosos.

Fui avisada de que assim seria: que Mademoiselle Jennifer Scott, uma solteirona na

casa dos 70 anos, era um tanto... excêntrica. Que tinha aversão a pessoas, e não só a

estranhos ou qualquer tipo específico de gente, mas a pessoas. Mantinha uma equipe

mínima de criados na casa da Queen Square e por algum motivo — um motivo que os

Carroll ainda não tinham me revelado — era muito importante para os Templários

ingleses.

Nosso cocheiro pediu licença, e em seguida Hélène foi levada, talvez para

simplesmente ficar plantada de qualquer jeito em um canto da cozinha e ser encarada

pelos criados, a coitada. Depois, quando restávamos apenas o mordomo e eu, fui levada à

sala de visitas.

Entramos em um salão com cortinas fechadas, plantas em vasos altos posicionados

diante das janelas, deliberadamente, presumi, para limitar a visão de quem estivesse

dentro ou fora da casa. Mais uma vez, estava sombrio e escuro no cômodo. Sentada em

frente a uma lareira vacilante estava a dona da casa, Mademoiselle Jennifer Scott.

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