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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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que a espada me empolgasse. Por ora, eu nada sentia.

Houve uma longa pausa. Não haveria nenhum treinamento hoje, percebi. Nenhum

dos dois tinha coragem para isso.

Depois de um tempo, ele falou:

— Ela mencionou alguma coisa sobre mim? No fim, quero dizer.

Eu mal consegui esconder a expressão sobressaltada, vendo algo nos olhos dele que

reconheci como uma mescla de desespero e esperança. Eu sabia que os sentimentos dele

por ela eram fortes, mas até aquele momento não havia notado o quanto.

— Ela me pediu para lhe dizer que em seu coração havia amor pelo monsieur e que

ela era eternamente grata por tudo que fez por ela.

Ele assentiu.

— Obrigada, Élise, foi de grande conforto — disse ele e, virando-se, enxugou as

lágrimas.

iii

Mais tarde, fui chamada para ver meu pai e nos sentamos numa chaise-longue em seu

escritório na penumbra, ele com os braços ao meu redor, abraçando-me forte. Havia feito

a barba e a aparência era a mesma de sempre, mas suas palavras saíram lentas e forçadas,

e o hálito cheirava a conhaque.

— Vejo que está sendo forte, Élise — disse-me —, mais forte do que eu.

Intimamente, ambos possuíamos uma dor oca. Vi-me quase invejando a capacidade

dele de tocar a origem de sua dor.

— Era esperado — falei, mas fui incapaz de terminar porque meus ombros

estremeceram e eu me agarrei a ele com mãos inseguras, deixando-me ser envolvida.

— Deixe sair, Élise — disse ele, e acariciou meu cabelo.

E assim fiz. Deixei sair. E enfim comecei a chorar.

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