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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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instantes antes da explosão que havia roubado a vida dela, e vi no rosto de Élise o esforço

para dar o golpe derradeiro da batalha, e tive esperanças de que ela soubesse que o pai

havia sido vingado, e que isto lhe trouxesse alguma paz.

— Parece que nos separamos aqui — disse Germain. — Pense nisto: a marcha do

progresso é lenta, mas inevitável como uma geleira. Só o que você fez aqui foi adiar o

inevitável. Uma morte não pode deter a maré. Talvez o rebanho da humanidade não vá ser

conduzido de volta ao lugar correto por minhas mãos... Mas será pelas mãos de alguém.

Pense nisso quando se lembrar dela.

Eu pensaria.

Algo me perturbava nas semanas depois da morte de Élise. Como era possível que eu a

conhecesse melhor do que qualquer um, que tivesse passado mais tempo com ela do que

qualquer outro e que isso de nada valesse no fim, porque na realidade eu não a conhecia?

A garota, sim, mas não a mulher que se tornou. Vendo-a crescer, eu nunca tive

verdadeiramente a oportunidade de admirar o florescimento da beleza de Élise.

E, agora, jamais admirarei. Acabou-se o futuro que tínhamos juntos. Meu coração dói

por ela. Meu peito está pesado. Choro pelo amor perdido, pelos dias passados do ontem,

pelos amanhãs que jamais existirão.

Choro por Élise que, apesar de todos os defeitos, foi a melhor pessoa que conheci.

Logo depois de sua morte, um homem chamado Ruddock procurou-me em Versalhes.

Cheirando a um perfume que não conseguia mascarar um odor corporal quase

dominador, trouxe uma carta com a inscrição: a ser aberta na eventualidade de minha

morte.

O lacre estava rompido.

— Você a leu? — perguntei.

— De fato, senhor. Com o coração pesado, como me foi instruído.

— Era para ser aberta na eventualidade da morte dela — disse, sentindo-me um tanto

traído pela emoção que abalava minha voz.

— É bem verdade. Depois de receber a carta, coloquei-a em uma cômoda, na

esperança de nunca mais vê-la, para ser franco com o senhor.

Olhei-o fixamente.

— Diga-me a verdade, você a leu antes de ela morrer? Porque, se leu, podia ter feito

algo a respeito de sua morte.

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