27.07.2020 Views

Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

E então, com a mesma rapidez com que começou, o momento terminou e a atenção

se voltou a mim.

— Você está bem encaminhada para se tornar Templária, Élise.

— Quando serei iniciada, papai? — perguntei.

— Seu aprendizado terminará na Maison Royale em Saint-Cyr, em seguida você se

tornará integrante plena da Ordem e treinará para assumir meu lugar.

Assenti.

— Primeiro, porém, há algo que precisamos lhe contar. — Ele olhou para minha mãe,

os dois agora com uma expressão séria. — É sobre Arno...

iii

Na época, Arno era meu melhor amigo e, creio eu, a pessoa que mais amava depois de

meus pais. Pobre Ruth. Teve de abandonar qualquer esperança duradoura de que eu me

acomodaria à mocidade e começaria a me interessar por aquelas coisas igualmente

femininas adoradas por outras de minha faixa etária. Com Arno na propriedade, eu não

apenas tinha um companheiro de brincadeiras sempre que desejava, mas um

companheiro menino. Os sonhos de Ruth estavam arruinados.

Refletindo agora, suponho que me aproveitei bastante dele. Como órfão, ele chegou a

nós perdido, carente de orientação e eu, é claro, como Templária novata e uma menina

egoísta, fiz com que ele se tornasse propriedade “minha”. Éramos amigos e da mesma

idade, mas mesmo assim meu papel era de irmã mais velha, o qual eu assumia com muita

satisfação. Adorava vencê-lo em pretensas lutas de espada. Durante as sessões de

treinamento do Sr. Weatherall, eu era uma iniciante medrosa que tendia aos erros e, tal

como ele observava com frequência, era levada pelo coração e não pela cabeça; porém,

nos falsos combates com Arno, minhas habilidades de iniciante me tornavam uma mestra

deslumbrante e manipuladora. Em outros jogos — pular corda, amarelinha, peteca —

éramos equivalentes. Mas eu sempre vencia nas lutas de espada.

Quando o tempo estava bom, andávamos pelos jardins da propriedade, espionando

Laurent e outros criados da área externa, atirando pedras no lago. Quando chovia,

ficávamos dentro de casa e jogávamos gamão, bola de gude ou cartas. Rodávamos aros

pelos grandes corredores do andar térreo e perambulávamos pelos andares superiores,

escondendo-nos de criadas e correndo aos risos quando nos enxotavam.

E era assim que eu passava meus dias: pela manhã era instruída, preparada para

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!