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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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ii

Passei a manhã com o preceptor e reencontrei-me com Arno à porta quando ele entrava

para começar as próprias lições. Nossos horários eram organizados de modo que Arno

estivesse com o preceptor enquanto eu treinava com o Sr. Weatherall, de forma que ele

jamais me visse com a espada. (Talvez, em seu próprio diário, um dia ele venha a falar de

pistas para aquele momento em que pescou tudo. “Jamais me ocorreu questionar por que

ela era tão perita na luta com espada...”). E então saí por uma porta dos fundos e

caminhei pela fila de topiaria até chegar à mata ao fundo, tomando o caminho até onde o

Sr. Weatherall estava, sentado num toco, esperando por mim. Ele costumava sentar-se de

pernas cruzadas e com a cauda de sua casaca arrumada em torno do tronco, causando

uma impressão e tanto; mas se antes saltaria para me receber, com a luz dançando nos

olhos e um sorriso sempre presente nos lábios, agora a cabeça estava abaixada, como se

tivesse o peso do mundo nos ombros. A seu lado havia uma caixa com cerca de 45

centímetros de extensão e um palmo de largura.

— Monsieur já soube — disse eu.

Os olhos dele estavam pesados. O lábio inferior tremeu um pouco e por um

momento horrível perguntei-me o que faria se o Sr. Weatherall chorasse.

— Como você está lidando com isso?

— Era esperado — falei —, não foi um choque e, embora naturalmente esteja triste,

sou grata por ter podido ficar com ela até o fim.

Ele me entregou a caixa.

— É com o coração pesado que lhe dou isto, Élise. — Sua voz era rouca. — Ela

esperava dar a você pessoalmente.

Peguei a caixa e sopesei a madeira escura em minhas mãos, já sabendo o que havia ali

dentro. Dito e feito: uma espada curta. Sua bainha era de couro marrom macio com

costura branca pelas laterais, e o cinto, uma tira de couro moldada para ser atada à

cintura. A lâmina da espada captou a luz, o aço era novo, seu punho bem amarrado com

couro manchado. Havia uma inscrição perto do cabo. “Que o pai da compreensão seja

seu guia. Com amor, mamãe.”

— Sempre foi seu presente de despedida, Élise — disse ele sem rodeios, voltando os

olhos para a mata e passando o polegar nos olhos discretamente. — Você usará para

treinar.

— Obrigada — respondi, e ele deu de ombros. Desejei poder avançar a uma época em

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