27.07.2020 Views

Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

militares chegavam a Paris e Versalhes. Havia uma tensão palpável no ar.

E também não me importei com isso.

É claro que deveria ter me importado. Deveria ter tido a força de caráter para deixar

meus problemas pessoais de lado. Mas a verdade era que eu não conseguia.

Não conseguia porque meu pai estava morto e a tristeza tinha voltado à minha vida

como uma forma escura e viva dentro de mim; que acorda comigo pela manhã,

acompanha-me durante o dia, depois fica inquieta à noite, impedindo-me de dormir,

alimentando meus remorsos e meus desgostos.

Passei tantos anos sendo uma decepção para ele. A oportunidade de ser a filha que ele

merecia foi arrancada violentamente de mim.

E, sim, tenho consciência de que nossos lares em Versalhes e em Paris foram

negligenciados, seus terrenos um reflexo do meu estado de espírito. Fico em Paris, mas as

cartas de Olivier, nosso mordomo em Versalhes, chegam duas vezes por semana, cada vez

mais preocupadas e estridentes, relatando detalhes sobre criadas e lacaios que vão embora

e não são substituídos. Mas não me importo.

Aqui, na propriedade de Paris, proibi a criadagem de entrar em meus aposentos e

esgueiro-me pelos andares térreos à noite, sem desejar ver outra viva alma. Bandejas

trazendo comida e correspondência são colocadas à minha porta, e às vezes ouço a criada

cochichando com a dama de companhia, e posso imaginar o que dizem a meu respeito.

Mas não me importo.

Recebi cartas do Sr. Weatherall. Dentre outras coisas, ele quer saber se eu visitaria

Arno na Bastilha, onde ele está preso, suspeito de assassinar meu pai, ou mesmo se estou

tomando medidas para protestar por sua inocência.

E eu deveria escrever e dizer ao Sr. Weatherall que a resposta é não, porque logo

depois do assassinato de meu pai voltei a Versalhes, fui ao escritório dele e encontrei uma

carta que havia sido colocada por baixo da porta. Uma carta dirigida a meu pai, que dizia:

Grão-Mestre de la Serre,

Soube por meus agentes que um indivíduo de nossa Ordem trama contra o senhor.

Peço-lhe para fazer sua guarda na noite da iniciação. Não confie em ninguém. Nem

mesmo naqueles que o senhor chama de amigos. Que o pai da compreensão o guie.

L

Escrevi a Arno. Uma carta na qual o acusava de ser responsável pela morte de meu

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!