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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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O cocheiro partindo daquele jeito. O toque do sino. Agora tensa, eu mantinha um

sorriso enquanto os ferrolhos eram puxados, a porta era aberta e Jennifer cumprimentava

Smith com o mais leve meneio de cabeça antes de entrar.

A porta foi fechada. O burburinho suave da praça foi banido. A sensação agora

familiar de aprisionamento me dominou, mas desta vez mesclada ao medo genuíno, à

sensação de que as coisas não estavam muito certas. Onde estava Hélène, perguntei-me?

— Por favor, Smith, pode fazer a gentileza de informar a Hélène que voltei? — pedi ao

mordomo.

Em resposta, ele inclinou a cabeça do jeito habitual e, com um sorriso, disse:

— Certamente, mademoiselle.

Mas não se mexeu.

Olhei de maneira indagativa para Jennifer. Queria que as coisas prosseguissem

normalmente. Que ela ralhasse com o mordomo, mas ela não o fez. Olhou para mim e

falou:

— Venha, desejo mostrar-lhe o salão de jogos, pois foi ali que meu pai morreu.

— Certamente, mademoiselle — concordei, com um olhar de relance a Smith,

enquanto nos aproximávamos da porta revestida de madeira, fechada, como sempre.

— Mas creio que você já viu o salão de jogos, não? — disse ela.

— Nos últimos quatro dias, tive amplas oportunidades de ver sua linda propriedade,

mademoiselle — respondi.

Ela parou com a mão na maçaneta. Fitou-me.

— Quatro dias nos deram o tempo de que precisávamos também, Yvonne...

E não gostei daquela ênfase. Não gostei nada daquela ênfase.

Ela abriu a porta e me conduziu para dentro.

As cortinas estavam fechadas. A única luz vinha de velas colocadas no peitoril e no

consolo da lareira, conferindo um brilho laranja bruxuleante à sala, como se preparada

para alguma cerimônia religiosa sinistra. A mesa de bilhar estava coberta e empurrada de

lado, deixando o piso exposto, exceto por duas cadeiras de madeira da cozinha, uma de

frente para outra, no meio da sala. Também havia um lacaio postado ali, mãos enluvadas e

entrelaçadas à frente do corpo. Mills era o nome dele, creio. E normalmente Mills sorria,

fazia uma reverência e era infalivelmente educado e decoroso como um criado deveria ser

para com uma nobre de visita da França. Agora, porém, ele simplesmente encarava o

ambiente, inexpressivo. Cruel, até.

Jennifer continuou:

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