27.07.2020 Views

Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

11 de abril de 1778

i

À meia-noite, coloquei um vestido, peguei uma vela e, em silêncio, desci a escada para a

biblioteca, onde aguardei pelo Sr. Weatherall.

Ele entrou sozinho no château, movimentando-se como um mistério, sem perturbar

os cães, e quando adentrou a biblioteca foi com tal discrição que mal ouvi a porta se abrir

e fechar. Atravessou o piso em poucas passadas, tirou a peruca — a coisa maldita, ele a

detestava — e me agarrou pelos ombros.

— Dizem que ela está definhando rapidamente — disse ele, e ansiava que fossem

boatos.

— Sim — falei-lhe, baixando o olhar.

Ele fechou os olhos e, embora não fosse nada velho — tinha seus quarenta e poucos,

assim como meus pais —, os anos marcavam seu rosto.

“O Sr. Weatherall e eu já fomos muito próximos”, dissera minha mãe. Ela sorrira ao

falar isso. Imagino que tenha ruborizado.

ii

Fazia um frio congelante naquele dia de fevereiro, quando conheci o Sr. Weatherall.

Aquele foi o primeiro dentre os invernos verdadeiramente cruéis, mas enquanto em Paris

o rio Sena transbordava e congelava e os indigentes morriam nas ruas, as coisas eram

muito diferentes em Versalhes. Quando acordávamos, os criados já haviam acendido o

fogo que crepitava nas lareiras, comíamos o desjejum fumegante e nos agasalhávamos em

peles quentes, nossas mãos aquecidas por regalos enquanto fazíamos nossas caminhadas

durante a manhã e a tarde pelos jardins.

Naquele dia em particular, o sol brilhava, embora de nada adiantasse para compensar

o frio de arrepiar os ossos. Uma crosta de gelo faiscava lindamente sobre uma grossa

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!