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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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— Não pode — alertei. — Não sozinha. Espere por mim. Élise.

Mas ela desapareceu. Com um uivo de esforço, libertei-me da pedra, coloquei-me de

pé com dificuldade e parti atrás dela.

E se eu tivesse chegado alguns segundos antes (conforme eu já tinha dito — cada passo

do caminho para a morte dela fora decidido por meros segundos), poderia ter revertido a

batalha, porque Germain se defendia furiosamente, o esforço estampado em suas feições

cruéis; e talvez a espada dele — aquela coisa que eu concluíra ser quase viva — de algum

modo sentisse que seu dono estava à beira da derrota... porque logo após uma forte

explosão de som, luz e um imenso estouro indiscriminado de energia, ela se espatifou.

A força me abalou, mas meu primeiro pensamento foi para Élise. Ela e Germain

estavam bem no centro da explosão.

Através da poeira, vi o cabelo ruivo; Élise jazia amarfanhada sob uma coluna. Corri

até lá, fiquei de joelhos, tomei sua cabeça em minhas mãos.

Havia uma luz intensa nos olhos dela. Élise me viu, eu acho, no segundo antes de

morrer. Ela me viu e a luz entrou em seus olhos pela última vez — e foi extinta.

iii

Durante algum tempo ignorei a tosse de Germain e baixei a cabeça de Élise na pedra

gentilmente, fechando seus olhos. Daí me levantei, atravessando a câmara tomada de

destroços até onde ele estava prostrado, o sangue borbulhando da boca, olhando para

mim, quase morto.

Ajoelhei-me. Sem tirar os olhos dele, cravei a lâmina em seu corpo e concluí o

trabalho.

Tive uma visão quando Germain morreu.

(E deixe-me interromper para imaginar o olhar enviesado de Élise quando lhe falei das

visões. Nem de crença, nem de dúvida.)

Esta visão foi diferente das outras. De algum modo, eu estava presente nela, de uma

forma que jamais tinha visto.

Flagrei-me na oficina de Germain, observando-o; ele exibia a aparência que um dia

tivera, com as roupas de um prateiro, sentado, preparando um broche.

Enquanto eu o olhava, ele segurou as têmporas e começou a murmurar sozinho,

como se atacado por algo em sua cabeça.

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