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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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21 de janeiro de 1793

i

Fazia frio. Um frio de amargar. E nosso hálito de dragão pendia no ar enquanto

estávamos parados na place de la Concorde, local da execução do rei.

A praça estava cheia. Parecia que toda Paris, se não toda a França, tinha se reunido ali

para assistir à morte do monarca. Até onde a vista alcançava, havia pessoas que só um ano

antes tinham jurado lealdade ao rei, mas que agora preparavam seus lenços para

mergulhá-los no sangue dele. Subiam em carroças para ter uma visão melhor, crianças

equilibrando-se nos ombros dos pais, jovens mulheres fazendo o mesmo, escarranchadas

em maridos ou amantes.

Pela margem da praça, mercadores armaram barracas e não se intimidavam em gritar

seus anúncios, todos um “especial de execução”. No ar havia um clima que eu só poderia

descrever como de sede de sangue comemorativa. Era digno de se perguntar se eles, a essa

altura, já não estariam fartos de sangue, aquela gente, o povo da França. Olhando em

volta, evidentemente a resposta era não.

Enquanto isso, o carrasco convocava os prisioneiros que seriam decapitados. Eles

gritavam e protestavam enquanto eram arrastados ao patíbulo da guilhotina. A multidão

clamava por sangue. Calaram-se no segundo antes da queda da lâmina e urraram quando

o sangue jorrou naquele dia límpido de janeiro.

ii

— Tem certeza de que Germain estará aqui? — perguntei a Arno quando chegamos.

— Tenho — respondeu ele, e tomamos rumos separados. Embora o plano fosse

localizarmos Germain, no fim o ex-lugar-tenente traiçoeiro fez sentir sua presença ao

subir em uma plataforma de observação, cercado por seus homens.

É ele, pensei, fitando-o, a multidão parecendo distante por alguns minutos.

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