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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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10 de abril de 1788

Existiria homem de maior bravura do que o Sr. Weatherall? Ele não gritou de dor nem

uma vez durante a viagem a Dover, mas quando embarcamos no paquete, já havia perdido

muito sangue. Encontrei Hélène a bordo, os penhascos de Dover encolhendo ao longe,

meu tempo em Londres transformando-se em uma lembrança, e deitamos o Sr.

Weatherall no convés, onde tínhamos alguma privacidade.

Hélène ajoelhou-se junto dele, tocando-lhe a testa com as mãos frias.

— Você é um anjo — disse-lhe ele com um sorriso, e apagou.

Fizemos o melhor curativo possível e, ao chegarmos à margem de Calais, ele havia

recuperado parte da cor. No entanto, ainda sentia dores e, até onde sabíamos, a bala ainda

estava na perna. Quando trocamos o curativo, a ferida brilhava para nós, sem apresentar

sinais de cura.

A escola tinha uma enfermeira, mas Madame Levene mandou chamar um médico de

Châteaufort, um sujeito experiente no tratamento de ferimentos de guerra.

— Terá de ser amputada, não? — questionou o Sr. Weatherall a ele da cama, cinco de

nós espremidos em seu quarto.

O médico concordou com a cabeça e senti meus olhos ardendo por causa das

lágrimas.

— Não se preocupe com isso — retrucou o Sr. Weatherall —, percebi que a maldita

coisa teria de ser amputada no segundo em que ela me atingiu. Escorregando pelo maldito

telhado em meu próprio sangue, com a bala de mosquete na perna, pensei: “Acabou-se...

Está perdido.” E dito e feito.

Ele olhou para o médico e engoliu em seco, o rosto enfim transparecendo algum

medo.

— Você é rápido?

O médico assentiu, acrescentando com certo ar de orgulho:

— Posso fazer uma perna em 44 segundos.

O Sr. Weatherall ficou impressionado.

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