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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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Nossos remadores resmungavam enquanto nos colocavam mais perto da embarcação

maior, e observei dois coches com o brasão dos Carroll chegando à rua costeira, no alto

da praia. Estávamos nos afastando, tragados pelo mar preto como breu, sem nenhuma

luz, os remadores guiados apenas pela luz do paquete, de modo que os Carrol não

conseguiam nos enxergar da margem. Mas podíamos vê-los, indistintos porém

iluminados pelas lamparinas oscilantes, correndo em busca de sua presa.

Eu não conseguia ver o rosto da Sra. Carroll, mas podia imaginar o misto de ódio e

tristeza que ela ostentava como uma máscara. Quase desfalecendo, o Sr. Weatherall

observava, com a perna ferida escondida embaixo de cobertores de viagem. Ele me viu

fazer um bras d’honneur discreto e me cutucou.

— Mesmo que conseguissem nos enxergar, não saberiam dizer o que você estava

fazendo. Este gesto é rude apenas na França. Aqui, experimente isto. — Ele esticou dois

dedos e o imitei.

Agora o casco do paquete não estava mais longe. Dava para sentir sua presença

volumosa na noite.

— Sabe que virão atrás de você — alertou ele, o queixo encostado no peito. — Você

matou a filha deles.

— E não é só isso. Eu ainda tenho as cartas.

— Aquelas que eles queimaram eram uma isca?

— Algumas cartas minhas para Arno.

— Talvez nunca venham a descobrir isso. Seja como for, virão atrás de você.

Eles foram tragados pela noite. A Inglaterra agora era apenas uma massa de terra,

penhascos imensos e tingidos pela lua à nossa esquerda.

— Eu sei — falei —, mas estarei preparada para eles.

— É melhor que esteja mesmo.

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