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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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20 de janeiro de 1793

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Na rua, em Versalhes, havia uma carroça que logo reconheci. Atrelada a ela, um cavalo

que eu também conhecia. Desmontei, amarrei Scratch na carroça, afrouxei sua cela, dei-lhe

água, esfreguei a cabeça na dele.

Não tive pressa para deixar Scratch confortável, em parte porque eu o amava e ele

merecia toda a atenção que eu lhe dava e mais, e em parte porque eu estava

procrastinando, querendo adiar o momento em que enfrentaria o inevitável.

O muro externo dava sinais de abandono. Perguntei quem de nossa criadagem era

responsável por aquela parte quando todos morávamos ali. Provavelmente os jardineiros.

Sem eles, os muros ficaram grossos de musgo e trepadeiras, as gavinhas subindo ao topo

como veias na pedra.

Instalado no muro, havia um portão em arco que eu conhecia bem, embora agora me

parecesse esquisito. À mercê dos elementos, a madeira começara a mosquear e a

desbotar. Onde antigamente o portão tinha uma aparência grandiosa, agora parecia apenas

triste.

Abri o portão e entrei no pátio do lar de minha infância.

Tendo testemunhado a devastação no château de Paris, supus que eu estaria pelo

menos mentalmente preparada para o momento. Todavia, me flagrei reprimindo o choro

ao ver os canteiros de flores tomados de mato espigado, os bancos cobertos de vegetação.

Sentado em um degrau, perto de postigos caídos, estava Jacques, que se iluminou ao me

ver. Jacques raras vezes falava; o máximo de animação que já flagrei nele foi durante uma

conversa sussurrada com Hélène, e ele não precisou dizer um palavra sequer agora.

Apenas apontou para trás, para a casa.

Dentro dela, havia tábuas cobrindo as janelas, a mobília quase toda virada, a mesma

história triste que vinha presenciando com tanta frequência ultimamente, só que desta vez

era ainda mais triste porque era o lar de minha infância, e cada vaso quebrado e cadeira

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