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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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depois vi que as multidões — um misto de corpos precipitados em um tumulto — na

realidade recaíam em dois grupos distintos: aqueles que pretendiam se preparar para o

problema iminente, protegendo-se, bem como às suas respectivas famílias e aos seus

bens, fugindo dos problemas porque desejavam evitar o conflito ou, como eu, porque

estavam com medo de ser o alvo do problema.

E aqueles que pretendiam criar o problema.

No entanto, o que distinguia os dois grupos? Armas. Os que carregavam armas — vi

forcados, machados e bastões sendo brandidos e erguidos — e a localização das armas.

Um sussurro se tornou um grito, que se tornou um clamor: onde estão os mosquetes?

Onde estão as pistolas? Onde está a pólvora? Paris estava a ponto de explodir.

Será que tudo aquilo poderia ter sido evitado?, perguntei-me. Poderíamos nós, os

Templários, ter evitado que nosso amado país chegasse àquele impasse pavoroso,

oscilando à beira de um precipício de mudanças jamais imaginadas?

Ouvi gritos — gritos por “liberdade!” misturados a relinchos e berros de animais

assustados e dispersos.

Cavalos resfolegavam, sendo impelidos por seus condutores em pânico e a

velocidades perigosas em meio às ruas lotadas. Pastores tentavam levar o gado assustado e

de olhos arregalados para a segurança. O fedor de esterco fresco era denso; porém, mais

do que isso, havia outro cheiro em Paris. O cheiro da rebelião. Não, não da rebelião, da

revolução.

E por que eu estava nas ruas, e não ajudando os criados a cobrir com tábuas as

janelas da propriedade dos De la Serre?

Por causa de Arno. Porque, embora eu odiasse Arno, não suportava ficar parada —

não enquanto ele corria perigo. A verdade era que eu nada tinha feito a respeito da carta

de Jennifer Scott. O que o Sr. Weatherall, minha mãe e meu pai teriam pensado sobre

isso? Eu, uma Templária — não, uma Grã-Mestre Templária, não menos do que isso —,

sabendo muito bem que um dos nossos estava a ponto de ser descoberto pelos

Assassinos e sem nada fazer — nada mesmo — a respeito? Esquivando-se nos andares

despovoados de sua propriedade em Paris como uma viúva excêntrica, velha e solitária?

Uma coisa direi desta rebelião: não há nada melhor para incitar uma garota à ação, e

muito embora meus sentimentos por Arno não tivessem mudado — não é como se de

repente eu tivesse deixado de odiá-lo por não ter entregado a carta —, eu ainda queria

alcançá-lo antes da turba.

Tinha esperanças de chegar antes deles, mas mesmo enquanto corria para Saint-

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