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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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Em pânico, Burnel deixou a espada cair. As mãos lidavam com o nó que lhe apertava

o pescoço e um bufar lhe escapou das narinas, o rosto escurecendo e os olhos se

esbugalhando à medida que ele era erguido pelo pescoço, o corpo se esticando e as

pontas das botas procurando o chão.

Balancei-me para alcançar a ligadura de Burnel com minha espada, mas meu atacante

me puxou fortemente para o lado e fui afastada dele, impotente, vendo sua língua se

projetar, os globos oculares parecendo inchar de maneira impossível enquanto ele era

içado ainda mais alto. Puxando minha própria ligadura, olhei para cima e vi sombras

escuras na varanda, operando-nos como duas marionetes.

Mas tive sorte — sortuda, Élise sortuda —, porque embora o ar tivesse sido arrancado

de mim, minha gola ainda estava calçada, e isto me deu presença de espírito suficiente

para girar novamente com minha espada, só que desta vez não na ligadura de Jean Burnel

— pois ele agora estava fora de alcance, esperneando nos estertores da morte —, mas na

minha ligadura.

Cortei-a e caí machucada no chão, de quatro, ofegante, mas consegui rolar e pousar

de costas ao mesmo tempo, pegando a pistola e puxando o cão, apontando com as mãos

para a varanda e disparando.

O tiro ecoou pelo pátio e teve efeito imediato, o corpo de Jean Burnel caindo no chão

como um saco enquanto sua ligadura era afrouxada, seu rosto em um expressão

mortuária horrenda e as duas figuras na varanda desaparecendo de vista, o ataque

encerrado — por enquanto.

De dentro do prédio, ouvi gritos e barulho de correria. Pelo vidro das portas duplas

juro ter podido ver o criado, parado bem nas sombras, observando-me enquanto eu me

levantava com esforço, perguntando-me quantos indivíduos estariam ali, contando os dois

assassinos da varanda e talvez mais dois ou três do porão. À minha esquerda, outra porta

se abriu de rompante e dois brutamontes com roupas de sans-culottes entraram.

Ah. Então há outros dois também em algum lugar na casa.

Ouvi um tiro e uma bala de pistola cortou o ar ao lado de minha cabeça. Não havia

tempo para recarregar minha arma. Não havia tempo para nada senão correr.

Sendo assim, corri para onde havia um banco embutido em um muro lateral,

sombreado por uma imensa árvore do pátio. Pulei, cheguei ao banco e, com o pé de

apoio, me impeli para cima, encontrando um galho baixo e caindo de qualquer maneira

no tronco.

Atrás de mim, veio um grito e um segundo disparo, e me abracei ao tronco da árvore

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