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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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de Élise, sua vida de François e Julie. Não alguém com quem eu me preocupasse na época.

Nem ele comigo.

Entretanto, é claro, escrevo esta entrada tendo lido os diários de Élise e agora posso

apreciar a posição que ele tinha na vida dela, e mais uma vez me admiro do pouco que eu

sabia de Élise; mais uma vez lamento a oportunidade de ter descoberto a “verdadeira”

Élise, a Élise sem segredos a guardar e um destino a cumprir. Às vezes penso que, com

tudo o que tinha nos ombros, estávamos condenados desde o início, ela e eu.

— Olá, filho — resmungou ele para mim da varanda. — Já faz muito tempo. Mal o

reconheço.

— Olá, Sr. Weatherall — respondi, desmontando e amarrando meu cavalo.

Aproximei-me dele e, se eu soubesse na época o que sei agora, eu o teria

cumprimentado à moda francesa com um abraço e teríamos partilhado a solidariedade do

luto, nós, os dois homens mais próximos de Élise; mas não o fiz, ele era apenas um rosto

do passado.

Dentro do chalé a decoração era simples, a mobília, espartana. O Sr. Weatherall

apoiou-se em suas muletas e me conduziu a uma mesa, solicitando café a uma menina que

supus ser Hélène, a quem sorri e recebi uma mesura em troca.

Mais uma vez, importei-me menos com ela do que teria feito se tivesse lido os diários.

Eu estava dando os primeiros passos na outra vida de Élise, sentindo-me um intruso,

como se não devesse estar ali.

Jacques entrou também, tirando um chapéu imaginário e cumprimentado Hélène com

um beijo. O clima na cozinha era agitado. Aconchegante. Não admirava que Élise gostasse

dali.

— Eu era esperado? — perguntei, assentindo para Jacques.

O Sr. Weatherall se acomodou antes de assentir pensativamente.

— Élise escreveu dizendo que Arno Dorian poderia vir pegar seu baú. E então, alguns

dias atrás, Madame Levene trouxe a notícia de que ela havia sido morta.

Ergui uma sobrancelha.

— Ela escreveu ao senhor? E não suspeitou de que havia algo errado?

— Filho, posso ter madeira sob as axilas, mas não pense que a tenho na cabeça. O que

eu suspeitei era de que ela ainda estivesse zangada comigo, e não que fizesse planos.

— Ela estava zangada com o senhor?

— Tivemos uma discussão. Separamo-nos em termos ruins. Os termos ruins do

gênero não-estamos-nos-falando.

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