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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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quando a bala cravou na madeira entre dois de meus dedos abertos. Sortuda, Élise, muito

sortuda. Comecei a subir. Mãos tentavam agarrar minha bota, mas chutei, subindo às

cegas, na esperança de chegar ao alto do muro.

Alcancei-o e atravessei da árvore para o topo do muro. Mas, quando olhei para baixo,

vi os rostos sorridentes dos dois homens que tinham usado o portão e que agora

esperavam por mim. Ambos exibiam um imenso sorriso que dizia “te peguei”.

Eles pensavam estar abaixo de mim, que havia outros homens se aproximando por

trás e que eu estava em uma armadilha. Achavam que era o fim da linha.

Então fiz o que menos se esperava. Pulei em cima deles.

Não sou grande, mas calçava botas pesadas e portava uma espada, além disso, eu tinha

o elemento surpresa a meu favor. Lancetei um dos homens ao pousar, empalando-o pela

cara e depois, sem retirar a espada, dei um giro e meti um chute alto no pescoço do

segundo homem. Ele caiu de joelhos, as mãos no pescoço, já arroxeado. Retirei a espada

da cara do primeiro homem — e a enterrei em seu peito.

Ouvi mais gritos de trás. Acima de minha cabeça, surgiram rostos no alto do muro.

Fugi, abrindo caminho pela multidão nas ruas. Atrás de mim, dois perseguidores fizeram

o mesmo, e fui mais incisiva, ignorando os xingamentos das pessoas que eu empurrava,

avançando simplesmente. Na ponte, fiquei junto à mureta baixa.

E então ouvi o grito:

— Uma traidora. Uma traidora da Revolução. Não deixem que a ruiva escape.

Tinha vindo de um de meus perseguidores.

— Peguem-na! Peguem a meretriz ruiva.

Outro:

— Uma traidora da Revolução!

— Ela cuspiu na tricolore.

Levou mais ou menos um minuto para que a mensagem se espalhasse pela turba, mas

aos poucos eu via cabeças se virando para mim, as pessoas percebendo pela primeira vez

minhas roupas mais refinadas, o olhar delas deslocando-se incisivamente para meu

cabelo. Meu cabelo ruivo.

— Você — disse o homem —, é você — e depois berrou: — Nós a pegamos! Pegamos

a traidora!

Abaixo de mim, uma barcaça arrastava-se pelo rio, logo abaixo da ponte, as cargas

cobertas com sacos sobre a proa. Eu não sabia o que havia ali, então só me restava rezar

para que fosse algo “macio” e capaz de amortecer a queda de quem saltasse de uma ponte.

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