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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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causa das lágrimas.

Só minha mãe estava serena. Tinha o equilíbrio e a autoridade de quem se

desempenhara bem. E com razão. Graças a ela, sobrevivemos ao ataque. Eu me

perguntava: será que ela no fundo estava tão emocionada quanto eu?

Eu seria solicitada a dar minha versão dos acontecimentos, avisou-me ela na

carruagem de aluguel a caminho de nosso château. Com respeito a isto, eu deveria seguir

sua liderança, apoiar tudo o que ela falasse e não manifestar nada que a contradissesse.

E assim ouvi minha mãe contar suas versões da história, primeiro a Olivier, nosso

mordomo-chefe, depois a meu pai quando este chegou, e por fim aos Corvos, quando

entraram num repente. E embora as histórias dela adquirissem maiores detalhes ao

decorrer da narrativa, respondendo a todas as perguntas que lhe disparavam, todas

careciam de um detalhe muito importante. O médico.

— Não viu nenhuma lâmina oculta? — indagaram a ela.

— Não vi nada que identificasse meus agressores como Assassinos — respondeu ela

—, sendo assim, não posso supor ter sido obra de Assassinos.

— Os ladrões comuns de rua não são tão organizados como este homem parece ter

sido. Não pode considerar o sumiço de sua carruagem mera coincidência. Talvez Jean

apareça embriagado, ou não. Talvez apareça morto. Não, madame, isto não tem nada que

evidencie ser um crime oportunista. Foi um ataque premeditado contra a sua pessoa, um

ato de agressão de nossos inimigos.

Olhos se voltavam para mim. Por fim fui solicitada a deixar a sala, o que fiz,

encontrando um assento no corredor, ouvindo as vozes do cômodo que reverberavam

pelo piso de mármore até meus ouvidos.

— Grão-Mestre, deve se dar conta de que isto foi obra dos Assassinos.

(Mas a meus ouvidos tinha sido obra de “assassinos”, e assim sentei-me ali pensando,

é claro que foi obra de assassinos, seu estúpido. Ou “pretensos assassinos”, pelo menos.)

— Tal como minha esposa, preferiria não chegar a nenhuma falsa conclusão —

respondeu meu pai.

— Entretanto, o senhor reforçou a guarda.

— Naturalmente, homem. Todo cuidado é pouco.

— Creio que no fundo o senhor sabe.

A voz de meu pai se elevou.

— E se eu souber? O que espera que eu faça?

— Ora, que tome uma atitude imediata, é claro.

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