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Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

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um beijo, que o fez ruborizar e lançar um olhar de soslaio a Hélène, e em um instante

percebi que havia alguma coisa entre eles.

— Ele é um sujeito adorável — cochichei ao ouvido de Hélène enquanto lhe dava um

beijo de despedida; e comerei meu chapéu, ou darei a mão à vara, se não estiverem juntos

quando de minha próxima visita.

Por falar em chapéu, coloquei o meu e peguei o baú. Jacques avançou para tirá-lo de

mim, mas o impedi.

— É muita gentileza sua, Jacques, mas quero chegar à carruagem sozinha.

E assim o fiz. Levei minha mala à saída de serviço, perto dos portões da Maison

Royale. O prédio da escola na encosta do morro me observava e, onde antigamente eu

teria enxergado malignidade em seu olhar, no momento eu via conforto e proteção — os

quais agora eu estava abandonando.

É claro que a distância entre a Maison Royale e a minha casa não era grande. Eu mal

tinha me acomodado quando chegamos à entrada arborizada de nosso château, que logo

adiante parecia um castelo com seus torreões e torres, presidindo os jardins que se

estendiam para todos os lados.

Ali fui recebida por Olivier e, depois de entrar, cumprimentada pela criadagem,

alguns que eu conhecia bem — Justine, sua visão me inundando com lembranças de

minha mãe — e alguns rostos desconhecidos. Quando meu baú foi levado ao quarto, dei

uma volta pela casa. Eu sempre voltava nos feriados da escola, naturalmente. Aquele não

era bem um grande retorno. Mesmo assim, parecia um. E pela primeira vez em anos subi

a escadaria aos aposentos de mamãe e fui até seu quarto.

O fato de estar arrumado, porém deixado tal como estava quando ela era viva, criou

uma sensação forte e quase dominadora de sua presença, como se ela pudesse entrar a

qualquer momento, encontrar-me sentada na beiradinha de sua cama e se pôr a meu lado,

passando o braço ao meu redor. “Estou muito orgulhosa de você, Élise. Nós dois

estamos.”

Fiquei um tempo ali, com o braço fantasma de mamãe em meu ombro. Só percebi

que chorava quando senti as lágrimas fazendo cócegas em minhas bochechas.

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