27.07.2020 Views

Assassin's Creed - Unity - Oliver Bowden

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

25 de abril de 1790

i

Passaram-se seis meses desde que escrevi pela última vez em meu diário. Seis meses desde

que mergulhei da Pont Marie, em uma noite gelada de outubro.

Por um tempo, naturalmente, fiquei presa ao leito, sofrendo de uma febre que durou

alguns dias após meu mergulho no Sena e tentando me curar das costelas quebradas. Meu

pobre corpo enfraquecido tinha dificuldades para fazer estas coisas simultaneamente e,

por um tempo, pelo menos segundo Hélène, minhas condições ficaram um tanto incertas.

Tive de aceitar a palavra dela. Minha mente ficou fora de controle, e se não o corpo

também, febril e alucinante, balbuciando coisas estranhas à noite, gritando, o corpo

emaciado ensopado de um suor gélido.

Minha lembrança dessa época se reduzia a ter despertado certa manhã, flagrando

rostos preocupados acima de minha cama: Hélène, Jacques e o Sr. Weatherall, com Hélène

dizendo “A febre cedeu”, e uma expressão de alívio passando por eles como uma onda.

ii

Alguns dias depois, o Sr. Weatherall veio ao meu quarto e se sentou na beira da cama.

Tendíamos a não guardar cerimônias no chalé. Era um dos motivos pelos quais eu

gostava dali. Tornava o fato de eu ser obrigada a estar ali, escondida de meus inimigos,

um pouco mais suportável.

Durante um bom tempo ele ficou simplesmente sentado, os dois em silêncio, do jeito

que velhos amigos fazem quando o silêncio não é algo a se temer. Lá fora, vagavam os

sons de Hélène e Jacques trocando provocações, passos além da janela, Hélène rindo e

sem fôlego, e eu e o Sr. Weatherall nos encaramos e partilhamos um sorriso malicioso

antes de ele baixar o rosto e continuar mexendo na barba, hábito recém-adquirido.

E então, depois um tempo, falei:

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!