Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository
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Dissecámos <strong>de</strong>pois os vários tipos <strong>de</strong> ajuda em que se <strong>de</strong>compõe a APD em<br />
contextos <strong>de</strong> guerra ou pós-guerra, <strong>de</strong> modo a po<strong>de</strong>r posteriormente compreen<strong>de</strong>r<br />
a dinâmica da mesma sobre o conflito. Assim, ao nível da emergência, revimos<br />
os principais indicadores <strong>de</strong> uma crise humanitária e quantificámos os fluxos da<br />
ajuda face ao país <strong>de</strong>stinatário no contexto da OCDE, <strong>de</strong>stacando-se o caso da<br />
ajuda dada ao Afeganistão. Do ponto <strong>de</strong> vista qualitativo, referimos os princípios<br />
da humanida<strong>de</strong>, neutralida<strong>de</strong> e imparcialida<strong>de</strong> e apontámos o caminho sinuoso<br />
entre o humanitário e o militar, <strong>de</strong>signadamente no contexto da ONU.<br />
Concluímos que, na sua acepção mais simplista, a ajuda humanitária – enquanto<br />
mera distribuição <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong> às populações durante uma<br />
guerra – é fundamental para os seus beneficiários e po<strong>de</strong>rá não ser prejudicial.<br />
No entanto, os doadores são selectivos ao <strong>de</strong>stinar a ajuda, o que faz com que os<br />
países mais pobres e menos mediáticos sejam ten<strong>de</strong>ncialmente os mais carentes.<br />
Além disso, a ajuda humanitária não contribuirá muito para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
do país que aco<strong>de</strong>, nem para o seu crescimento económico, pelo que, ao contrário<br />
do que acontece com outros tipos <strong>de</strong> ajuda, a emergência <strong>de</strong>ve ser analisada <strong>de</strong><br />
um prisma específico que não o do <strong>de</strong>senvolvimento económico do país. Ainda<br />
assim, o conceito <strong>de</strong> ajuda humanitária ten<strong>de</strong> a ser mais complexo e a confundir-<br />
se mais com o <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, pelo que a ajuda tem que ser cuidadosamente<br />
pensada, por forma a não prejudicar aqueles que preten<strong>de</strong> ajudar.<br />
Sobre a ajuda alimentar, questionámo-nos sobre os seus objectivos e sobre<br />
eventuais motivos que fazem com que continue a haver fome em todo o mundo,<br />
nomeadamente em países em guerra, tendo concluído que esta se <strong>de</strong>verá<br />
essencialmente a razões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m política que priorizam o comércio agrícola<br />
global em <strong>de</strong>trimento dos agricultores locais e comerciantes e a população urbana<br />
em <strong>de</strong>trimento da rural. Abordámos <strong>de</strong>pois algumas das propostas para combater<br />
este flagelo e concluímos a importância <strong>de</strong> medidas e precauções, como a<br />
disponibilização <strong>de</strong> recursos para a reabilitação, a forma como a ajuda é dada,<br />
como são <strong>de</strong>finidos os <strong>de</strong>stinatários da ajuda, on<strong>de</strong> é dada essa ajuda, questões<br />
particularmente <strong>de</strong>licadas em contextos <strong>de</strong> guerra.<br />
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