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Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

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população com rendimentos mais elevados tem mais a per<strong>de</strong>r durante uma<br />

rebelião do que uma população com baixos rendimentos. Os custos po<strong>de</strong>m ainda<br />

aumentar com a duração da guerra, <strong>de</strong>vido à capacida<strong>de</strong> militar do Governo e dos<br />

rebel<strong>de</strong>s.<br />

Quanto a soluções, segundo COLLIER et al.(2003:73), existem três<br />

possibilida<strong>de</strong>s: os grupos rebel<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m ser iniciados por alguém que já tenha<br />

riqueza; po<strong>de</strong>m procurar doações ou po<strong>de</strong>m ter negócios comerciais.<br />

Posto isto, a questão inevitável é quem financia a guerra? Em primeiro lugar, os<br />

Governos estrangeiros hostis, tendo este meio algumas vantagens, na medida em<br />

que evita a pressão internacional pela forma encoberta como é feita, e por ser<br />

controlável, não resultando em problemas domésticos 6 . Em segundo lugar, as<br />

diásporas, sediadas nos países industrializados, que não sofrem as consequências<br />

da violência e não estão em contacto diário com o inimigo. Em terceiro lugar, a<br />

manutenção <strong>de</strong> negócios comerciais que permitam aos rebel<strong>de</strong>s financiar as<br />

activida<strong>de</strong>s e a aquisição <strong>de</strong> armas. É, por exemplo, o caso da produção ilegal <strong>de</strong><br />

drogas para venda nos países ricos, a qual tem enorme importância para os<br />

rebel<strong>de</strong>s 7 . A estes aspectos po<strong>de</strong>remos acrescentar a pilhagem, apontada por<br />

ARMIÑO (1997:15) como forma <strong>de</strong> sobrevivência pelas tropas indisciplinadas.<br />

Num estudo realizado, COLLIER & HOEFFLER (1998:571-572) concluíram<br />

que o incentivo da rebelião aumenta com a maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vitória e com<br />

os ganhos condicionais em caso <strong>de</strong> vitória, mas <strong>de</strong>cresce com a duração esperada<br />

da guerra e com os custos da coor<strong>de</strong>nação rebel<strong>de</strong>. Para qualquer potencial<br />

rebelião, há uma duração esperada da guerra em relação à qual a rebelião toma<br />

uma posição racional. Além disso, quer a probabilida<strong>de</strong> da guerra, quer a sua<br />

duração, po<strong>de</strong>m ser explicadas por um conjunto <strong>de</strong> variáveis, <strong>de</strong>signadamente<br />

(1) o rendimento per capita (quanto maior for o rendimento per capita, maior o<br />

risco <strong>de</strong> guerra, <strong>de</strong>vido ao efeito <strong>de</strong>sse rendimento no custo <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong> da<br />

rebelião); (2) os recursos naturais (quanto mais recursos, maior o risco <strong>de</strong> guerra,<br />

6 COLLIER et al. (2003), p.74<br />

7 COLLIER et al. (2003), p.144. Quanto a esta questão, os autores <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m que há que aliciar os<br />

governos dos PEDs a <strong>de</strong>sencorajarem a produção <strong>de</strong> droga, o que po<strong>de</strong> ser feito através da prescrição <strong>de</strong><br />

multas para o consumo ilegal.<br />

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