12.04.2013 Views

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

têm conjugado interesses geoestratégicos com interesses económicos precisos, do<br />

que resultou a guerra e a mineralização da economia. Assim, afirma LOPES<br />

(2002:59), “as ajudas humanitárias e a cooperação têm funcionado sobretudo<br />

como capital <strong>de</strong> influência para a dinamização das relações económicas<br />

internacionais numa perspectiva exógena”. Ao contrário <strong>de</strong> Angola que não tem<br />

estratégia <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento própria, nem sequer consensos sobre política<br />

externa, o exterior sabe o que preten<strong>de</strong> do país, po<strong>de</strong>ndo assim “conflituar<br />

(relação bilateral) e harmonizar (através dos organismos internacionais: sistema<br />

das Nações Unidas e instituições económicas e financeiras internacionais) os<br />

seus interesses e conduzir a sua intervenção global” 360 .<br />

4.3 A influência da ajuda no conflito<br />

A educação e a saú<strong>de</strong> em Angola estão em <strong>de</strong>clínio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1980, indica<br />

ANDERSEN (2003:15). Em 1995, apenas 5% das <strong>de</strong>spesas públicas foram<br />

canalizadas para a educação, enquanto 31% foram usadas na <strong>de</strong>fesa.<br />

FERREIRA (1999:259) explica, por sua vez, que “com o agravamento da<br />

situação militar e tendo em atenção que a <strong>de</strong>fesa do país passava pelo<br />

<strong>de</strong>sempenho das forças armadas, o ascen<strong>de</strong>nte que estas começaram a ter sobre a<br />

vida política e económica do país, foi uma consequência lógica”.<br />

PEREIRA (2002:27) acrescenta que a <strong>de</strong>sculpa <strong>de</strong> que a guerra dificultava o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento socioeconómico e que o esforço para a <strong>de</strong>fesa nacional<br />

<strong>de</strong>vorava gran<strong>de</strong> parte do OGE tornou praticamente inerte o empresariado<br />

nacional, criou uma falência total do parque industrial, não promoveu políticas<br />

agrícolas <strong>de</strong> subsistência e (...) contraiu uma colossal dívida externa”. O autor<br />

acusa mesmo o Governo <strong>de</strong> ter atacado marginalmente os problemas do país,<br />

“<strong>de</strong>scurando as questões básicas e os verda<strong>de</strong>iros fundamentos da justiça social e<br />

em seu lugar promoveu políticas paternalistas que fizeram surgir um rápido<br />

crescimento <strong>de</strong> acções pouco abonatórias, como a falta <strong>de</strong> transparência na gestão<br />

da coisa pública e a prática <strong>de</strong> corrupção, hoje praticamente institucionalizada”.<br />

360 LOPES (2002), p.59.<br />

210

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!