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Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

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opressão”. LIPSET (1959) 86 , em contrapartida, consi<strong>de</strong>rava que um certo nível<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico é uma pré-condição para a emergência <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>mocracia estável. Aquilo que nos é dado constatar é que ten<strong>de</strong>ncialmente os<br />

países <strong>de</strong>mocráticos e <strong>de</strong>senvolvidos têm uma maior tendência para a paz do que<br />

os PED, a maioria dos quais com regimes autocráticos.<br />

A terceira perspectiva argumenta que as perdas directas provocadas pelo conflito<br />

po<strong>de</strong>m causar perdas maiores, <strong>de</strong>signadamente no <strong>de</strong>senvolvimento económico,<br />

social e político.<br />

A quarta perspectiva <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o conflito po<strong>de</strong> ser um catalisador do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento e da construção da paz, já que as perdas po<strong>de</strong>m ser o mote para<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento. Por exemplo, os autores afirmam que “numa perspectiva<br />

histórica, verifica-se que o conflito serviu para pôr <strong>de</strong> lado os obstáculos<br />

estruturais à reforma política e económica em muitos países do Terceiro Mundo<br />

que tinham experimentado a violência durante a Guerra Fria.” Segundo<br />

GLEDISTSH et al. (2003:2), a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a intervenção armada podia ser a<br />

“parteira do <strong>de</strong>senvolvimento” começou mesmo a ganhar terreno, da qual<br />

surgiram novas questões e possibilida<strong>de</strong>s, apesar do gran<strong>de</strong> inconveniente <strong>de</strong><br />

servir como justificativo para a intervenção armada.<br />

MUSCAT (2002:106), por sua vez, sublinha que tem sido muito generalizada a<br />

i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que os países em processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento económico têm menos<br />

tendência, no longo prazo, <strong>de</strong> cair em conflito interno, tendo-se mesmo tornado<br />

“uma daquelas verda<strong>de</strong>s óbvias que são mais um objecto <strong>de</strong> fé do que<br />

propriamente uma conclusão baseada numa análise histórica”, afirma o autor 87 .<br />

Ao contrário <strong>de</strong> outras posições, MUSCAT (2002:106) consi<strong>de</strong>ra que a relação<br />

entre <strong>de</strong>senvolvimento e conflito sofre <strong>de</strong> alguma falta <strong>de</strong> precisão na sua<br />

formulação e questiona se essa relação será dinâmica ou estática e se o <strong>de</strong>clínio<br />

do risco <strong>de</strong> conflito violento acelerará assim que se atinge um <strong>de</strong>terminado nível<br />

<strong>de</strong> rendimento.<br />

86 “Some Social Requisites of Democracy: Economic Development and Political Legitimacy” in<br />

GLEDITSCH et al. (2003).<br />

87 MUSCAT (2002), p.106.<br />

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