Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository
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do país, o que implicava a limpeza étnica na região e a eliminação dos inimigos<br />
políticos, e conseguir, ao mesmo tempo, o reconhecimento internacional.<br />
Ao longo <strong>de</strong>ste capítulo, analisámos as estratégias utilizadas por cada uma das<br />
partes para alcançar os objectivos preconizados. Se o LTTE optou por uma<br />
estratégia <strong>de</strong> controlo militar em <strong>de</strong>terminados territórios, com o financiamento<br />
da diáspora, o Governo terá <strong>de</strong>senvolvido esforços para negociar possíveis<br />
soluções com a mediação da Noruega, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> tentada a via militar.<br />
No <strong>de</strong>curso da guerra tanto o Governo como o LTTE cometeram sérias violações<br />
dos DH, embora se tenham registado melhorias na actuação do primeiro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
segunda meta<strong>de</strong> dos anos 90.<br />
Esta guerra teve alguma intervenção da Índia e dos EUA e ainda naturalmente da<br />
ajuda internacional <strong>de</strong> que se <strong>de</strong>staca um conjunto <strong>de</strong> doadores, <strong>de</strong>signadamente<br />
o Japão, o AsDF, a IDA, a Alemanha, a Suécia, entre outros. Foi um instrumento<br />
político importante no Sri Lanka usado nomeadamente pelo Governo do país.<br />
Vimos também os diversos tipos <strong>de</strong> ajuda dada pelas OIs, ONGs e doadores<br />
internacionais. O CICV só pô<strong>de</strong> entrar no país seis anos <strong>de</strong>pois do início da<br />
guerra, mas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> essa altura, quer a Cruz Vermelha, quer as Nações Unidas e as<br />
ONGs, empenharam-se em ajudar as vítimas da guerra e foram mais além numa<br />
tentativa <strong>de</strong> resolver o conflito e construir a paz, assumindo uma abordagem<br />
maximalista da ajuda. Quanto a questões <strong>de</strong> financiamento do <strong>de</strong>senvolvimento<br />
económico, vimos como a relativa abertura económica do Sri Lanka a obtenção<br />
<strong>de</strong> fundos do FMI e do BM, que não terão imposto fortes condicionalismos a essa<br />
ajuda, contrariamente ao que aconteceu com os doadores bilaterais.<br />
Os doadores lidaram <strong>de</strong> três formas diferentes com o conflito: uns trabalharam à<br />
volta <strong>de</strong>le, evitando-o; outros estabeleceram uma ligação coerente entre os seus<br />
programas e o conflito, garantindo que a ajuda não o prejudicava; outros ainda<br />
centraram-se na questão do <strong>de</strong>senvolvimento, priorizando questões como direitos<br />
humanos e redução da pobreza.<br />
Esta última posição conduziu-nos ao <strong>de</strong>bate sobre a divisão clássica entre ajuda<br />
humanitária e <strong>de</strong>senvolvimento, que motivou questões sobre o transporte <strong>de</strong><br />
ajuda humanitária para as zonas controladas pelo LTTE e também sobre a<br />
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