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Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

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mais eficazmente na guerra, reduzindo os riscos <strong>de</strong> conflito e garantindo que a<br />

ajuda não prejudicasse (a abordagem “Do no harm”). Esta foi a perspectiva<br />

seguida por ONGs internacionais como a OXFAM e a CARE e pelo ACNUR.<br />

A terceira e última abordagem referida por GOODHAND e ATKINSON (2001)<br />

foi a seguida por um pequeno grupo <strong>de</strong> doadores bilaterais que reconheceram a<br />

importância da ligação entre conflito e <strong>de</strong>senvolvimento e cuja ajuda foi<br />

orientada para o conflito. Países como a Noruega, Canadá, Holanda, Alemanha,<br />

Suécia, Suíça e Reino Unido priorizaram os DH, o alívio da pobreza, a boa<br />

governação, a educação e a resolução do conflito.<br />

OFSTAD (2000:18) faz uma análise interessante acerca das estratégias <strong>de</strong> ajuda<br />

internacional aplicadas, focando o período <strong>de</strong> 1994 a 1999, após as eleições que<br />

trouxeram a Aliança Popular e o presi<strong>de</strong>nte Chandrika Kumaratunga ao po<strong>de</strong>r.<br />

Segundo OFSTAD (2000:3-4-5), os doadores internacionais confrontaram-se<br />

com quatro questões <strong>de</strong> fundo: (1) até que ponto o programa <strong>de</strong> ajuda apoiou<br />

politicamente o governo ou financiou indirectamente o esforço <strong>de</strong> guerra? (2)<br />

será que o conteúdo e a orientação do programa <strong>de</strong> ajuda podia funcionar como<br />

um <strong>de</strong>sincentivo aos esforços <strong>de</strong> paz? (3) será que a reabilitação e a reconstrução<br />

<strong>de</strong>senvolvidas prematuramente em zonas <strong>de</strong> conflito po<strong>de</strong>m contribuir para o<br />

processo <strong>de</strong> paz? (4) que tipo <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>vem ser<br />

implementadas nas áreas controladas pelos rebel<strong>de</strong>s?<br />

Face a estas questões <strong>de</strong> fundo, os doadores seguiram quatro estratégias ou<br />

abordagens diferentes, como distingue OFSTAD (2000).<br />

A abordagem tradicional, seguida por gran<strong>de</strong>s doadores como o Japão, o BAD e<br />

o BM até há pouco tempo, consistiu em ignorar a guerra e dar APD como se essa<br />

não existisse. A única excepção foi evitar todas as zonas <strong>de</strong> conflito a norte e a<br />

leste por razões políticas e <strong>de</strong> segurança. OFSTAD (2000) consi<strong>de</strong>ra que esta<br />

abordagem pretendia ser neutra, mas com isso esqueceu a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>senvolvimento equilibrado e <strong>de</strong> algumas medidas extraordinárias nas áreas<br />

afectadas pelo conflito. Nesta perspectiva era consi<strong>de</strong>rada amiga dos Governos,<br />

prestando um apoio indirecto e passivo à estratégia global do Governo.<br />

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