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Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

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forças rebel<strong>de</strong>s normalmente refugiam-se nas montanhas em zonas inacessíveis<br />

para as forças exteriores.<br />

Quanto à eficácia da intervenção, em oposição a IGNATIEFF (2001), BRITO<br />

(2002:208), acrescenta que “a previsão <strong>de</strong> sucesso é ainda mais exigente: nunca<br />

sabemos se um acto vai atingir os seus fins ou se terá efeitos contrários aos<br />

<strong>de</strong>sejados”.<br />

Há ainda uma questão que nos parece ser fundamental e que se pren<strong>de</strong> com a<br />

ilegitimida<strong>de</strong> e com o perigo que advém <strong>de</strong> uma intervenção unilateral (por uma<br />

gran<strong>de</strong> potência, por exemplo). Constitui um exemplo recente o caso da<br />

intervenção (e continuada presença) dos Estados Unidos no Iraque <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Março<br />

<strong>de</strong> 2003, sob o argumento <strong>de</strong> que havia que pôr fim à ditadura <strong>de</strong> Saddam<br />

Hussein.<br />

WILCKE (2003:23), por exemplo, afirma que “os EUA e o Reino Unido<br />

controlam actualmente quase todas as <strong>de</strong>cisões militares, financeiras e<br />

administrativas no Iraque”, apesar do Direito Internacional <strong>de</strong>finir “uma potência<br />

ocupante como um guarda administrativo, temporário” 77 . Este facto, sublinha o<br />

autor, choca frontalmente com o mandato político/<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />

Resolução 1483 do Conselho <strong>de</strong> Segurança das Nações Unidas. DOWELL<br />

(2003:40-41), por seu turno, afirma que “a Administração Bush excluiu<br />

fortemente as Nações Unidas do processo (...)” e <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> criticamente que<br />

“começa a ser tempo <strong>de</strong> transferir a responsabilida<strong>de</strong> para as Nações Unidas,<br />

antes que Washington dê por si a retroce<strong>de</strong>r até ao colonialismo do século<br />

XIX” 78 .<br />

Quanto às operações <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> paz, MIRANDA (1995:351) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que<br />

estas <strong>de</strong>vem ser altamente priorizadas no pós-conflito 79 . Essa intervenção, isto é,<br />

a sua iniciativa, po<strong>de</strong> ser regional ou extra-regional, bilateral ou internacional,<br />

77 Tradução nossa.<br />

78 Tradução nossa.<br />

79 Segundo MIRANDA (1995:351), as operações <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> paz remontam a 1948-1949, tendose<br />

<strong>de</strong>senvolvido principalmente a partir <strong>de</strong> 1956, e consistem no “envio <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacamentos militares<br />

recrutados nas forças armadas <strong>de</strong> diversos Estados para países ou fronteiras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>, com<br />

a missão <strong>de</strong> minorar ou prevenir conflitos internacionais ou graves conflitos internos (ou, mais<br />

amplamente, com o objecto <strong>de</strong> restaurar ou preservar a paz). Estas operações não se confun<strong>de</strong>m com os<br />

processos <strong>de</strong> resolução dos conflitos, porque não visam resolver diferendos, mas sim atingir os seus<br />

efeitos ou impedir que se produzam.<br />

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