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Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

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ebeliões parecem estar associadas ao <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> apropriação <strong>de</strong> bens. Desta<br />

perspectiva, os Estados com maior fluxo <strong>de</strong> ajuda são atractivos para dominar,<br />

apesar <strong>de</strong> reunirem menos condições propícias à rebelião.<br />

Por vezes, a secessão não é suficiente, pois certos recursos lucrativos requerem o<br />

domínio do aparelho do Estado. O caso mais óbvio é quando esse recurso é a<br />

ajuda externa. Para estes países, a ajuda é uma parte substancial do orçamento<br />

governamental, afirmam COLLIER et al. (2003:63) pelo que, indirectamente,<br />

financia muitos postos <strong>de</strong> emprego do sector público e contratos disputados<br />

politicamente. No entanto, a ajuda externa é dirigida ao Governo legitimamente<br />

reconhecido, pelo que o grupo rebel<strong>de</strong> só receberá toda a ajuda se substituir a<br />

este ou parte <strong>de</strong>la se com ele fizer um “power sharing agreement”. Assim, um<br />

gran<strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> ajuda torna um Estado mais atractivo para ser “capturado” ou<br />

dominado pelas forças rebel<strong>de</strong>s, aumentando o risco <strong>de</strong> rebelião.<br />

COLLIER e HOEFFLER (2003) 20 têm uma opinião contrária, pois sustentam que<br />

a ajuda não parece aumentar o risco <strong>de</strong> rebelião. Afecta o risco <strong>de</strong> conflito<br />

positivamente, na medida em que influencia o crescimento. Afirmam que “há um<br />

risco consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> que o conflito recomece e a ajuda po<strong>de</strong>rá directamente<br />

reduzir esse risco para lá dos efeitos no crescimento e na redução da pobreza” 21 .<br />

A estas causas, SMITH (2003:12-13) adiciona o <strong>de</strong>srespeito pelos DH. Quando<br />

um Estado recorre à violência, a oposição opta, numa primeira fase, pelo<br />

silêncio. No entanto, sustenta o autor, se as condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>srespeito pelos DH se<br />

agravam, a oposição não vê outra alternativa que não o recurso à violência. Note-<br />

se, no entanto, que esta i<strong>de</strong>ia vai contra a teoria <strong>de</strong> COLLIER e HOEFFLER<br />

(2002) 22 , segundo a qual a rebelião por injustiça tem pouca expressão na<br />

justificação da rebelião.<br />

Por último, acrescentaríamos a esta lista a causa histórica relacionada com o<br />

papel dos colonizadores no passado dos países em guerra civil. A divisão<br />

20 “Aid, Policy and Peace: reducing the risks of civil confict” in COLLIER et al. (2003), p.64<br />

21 COLLIER & HOEFFLER (2002a), p.2<br />

22 “Greed and Grievance in Civil Wars”. Defence and Peace Economics 13 (6) in COLLIER et al..<br />

(2003), Pp.66-67.<br />

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