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Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

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emergência do movimento e aumentar a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprovisionamento <strong>de</strong><br />

armas, treino e dinheiro, pois os requisitos logísticos para fazer uma rebelião são<br />

mínimos e mo<strong>de</strong>stos 58 .<br />

BYMAN et al. (2001:32-33-34-35-36) enumeram um conjunto <strong>de</strong> razões, que<br />

justificam o interesse geoestratégico <strong>de</strong>sses governos em apoiar as guerrilhas. Em<br />

primeiro lugar, a <strong>de</strong>sestabilização dos países vizinhos será uma forma menos<br />

directa do que a guerra <strong>de</strong> enfraquecer e <strong>de</strong>bilitar um país inimigo.<br />

Em segundo lugar, os Estados usam a rebelião para <strong>de</strong>rrubar o governo rival e<br />

conseguir a mudança <strong>de</strong> regime do país, o que é particularmente difícil, pois<br />

<strong>de</strong>por um governo implica normalmente um aumento exponencial na escala e no<br />

âmbito do apoio dado, consi<strong>de</strong>rando as assimetrias em termos <strong>de</strong> recursos<br />

humanos e <strong>de</strong> armamento.<br />

Em terceiro lugar, um país po<strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir intervir no país vizinho para assegurar<br />

que o movimento opositor nesse país não adopta objectivos ou políticas<br />

contrárias aos seus interesses.<br />

Em quarto lugar, os Estados po<strong>de</strong>m querer colaborar com os rebel<strong>de</strong>s que lutam<br />

contra o governo no po<strong>de</strong>r, o qual, por sua vez, apoia outras rebeliões. Outras<br />

vezes é o Estado inimigo que <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> apoiar outros grupos por vingança. Alguns<br />

Estados evitam este tipo <strong>de</strong> política externa mais agressiva com medo <strong>de</strong><br />

retaliação.<br />

Em quinto lugar, o objectivo <strong>de</strong> segurança interna leva alguns Estados<br />

financiadores a usar rebeliões contra os próprios rebel<strong>de</strong>s do seu país ou contra<br />

outros grupos governamentais. Po<strong>de</strong>m também apoiar os rebel<strong>de</strong>s para controlar<br />

os refugiados e <strong>de</strong>slocados internos no seu próprio país e para dar uma<br />

justificação externa às suas frustrações.<br />

Em sexto lugar, o prestígio <strong>de</strong> um regime po<strong>de</strong> fazer aumentar o apoio a uma<br />

rebelião, principalmente se o lí<strong>de</strong>r ou o regime tiverem ambições no país vizinho.<br />

Por último, BYMAN et al. (2001:39-40) apontam a pilhagem não como um<br />

objectivo do apoio a rebel<strong>de</strong>s, mas como um incentivo à sua continuida<strong>de</strong>, já que<br />

58 BYMAN et al. (2001), p.10<br />

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