Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository
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económicas, culturais e políticas resultantes do antigo estatuto do país receptor<br />
como colónia, são importantes pelo menos no caso da França e dos EUA.<br />
Apesar da tendência verificada em apoiar mais os países <strong>de</strong> rendimento médio<br />
face aos pobres e países em situação política mais estável face aos países com<br />
instabilida<strong>de</strong> política, a excepção à regra po<strong>de</strong>rá ser a Iniciativa LICUS (Países<br />
<strong>de</strong> Baixo Rendimento sobre Stress 177 ) do BM iniciada em 2001 que consiste num<br />
novo tipo <strong>de</strong> abordagem <strong>de</strong> actuação em países on<strong>de</strong> os programas <strong>de</strong> ajuda<br />
tradicionais não foram eficazes. Ou seja, países LICUS caracterizados por<br />
políticas, instituições e governos fracos; por terem falta <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> ou<br />
tendência para usar as finanças para reduzir efectivamente a pobreza e que,<br />
frequentemente, restringem a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> diálogo e <strong>de</strong> participação pública 178 .<br />
O gran<strong>de</strong> objectivo da Iniciativa é promover uma agenda para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento que, apesar dos constrangimentos provocados pela pobreza,<br />
aposte na reforma das políticas económicas e se centre em duas áreas<br />
fundamentais: <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong>s (capacity building) e reforma<br />
gradual. Por exemplo, em situações <strong>de</strong> pós-conflito, ilustram COLLIER et al.<br />
(2003:176), há que apostar no fortalecimento das capacida<strong>de</strong>s técnicas através do<br />
financiamento do regresso da diáspora.<br />
2. O timing da ajuda<br />
A tendência que se verifica é que os doadores ajudam um país quando este se<br />
encontra já numa situação <strong>de</strong> guerra civil e ten<strong>de</strong>m a retirá-la prematuramente.<br />
Mas será que os doadores ajudam na altura certa?<br />
No entanto, esta situação alterou-se mais recentemente, nomeadamente na última<br />
década do século XX. Segundo STAINES (2004:27), a ajuda externa aos países<br />
<strong>de</strong> baixo rendimento em geral e aos países da África Subsariana, em particular,<br />
<strong>de</strong>clinou significativamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início dos anos 90, ao mesmo tempo que<br />
177 Tradução nossa. No original, “Low Income Countries Un<strong>de</strong>r Stress”.<br />
178 Onze países (Angola, Burundi, República Centro-Africana, Comoros, Guiné-Bissau, Haiti, Libéria,<br />
Papua Nova Guiné, Somália, Sudão, Tajiquistão , Togo, and Zimbabwé) voluntarizaram-se para ser<br />
pilotos <strong>de</strong>sta experiência em 2003 e 2004.Sobre este assunto, ver www1.worldbank.org/operations/licus/.<br />
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