12.04.2013 Views

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

capacida<strong>de</strong>s limitadas para <strong>de</strong>terminar a dinâmica do conflito violento, pois é,<br />

normalmente, fraca face às pressões dos actores internacionais, nacionais,<br />

regionais e locais, públicos e privados. A APD <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito do ambiente e das<br />

relações entre os países e a comunida<strong>de</strong> internacional.<br />

9. A abordagem Do No Harm (não prejudicar)<br />

Apontando os factores influentes na guerra, AGERBACK (1996:28) refere a<br />

influência <strong>de</strong> estruturas e processos internacionais, entre os quais uma ajuda<br />

ina<strong>de</strong>quada. No entanto, é certo que a ajuda não po<strong>de</strong> prejudicar o conflito.<br />

A abordagem do no harm (não prejudicar) é <strong>de</strong>fendida por vários autores que<br />

reflectem sobre as questões da ajuda e do conflito e enquadra-se na política <strong>de</strong><br />

cooperação <strong>de</strong>fendida pela OCDE.<br />

O trabalho seminal <strong>de</strong>sta abordagem foi <strong>de</strong> Mary B. An<strong>de</strong>rson no âmbito do<br />

projecto <strong>de</strong> “Capacida<strong>de</strong>s Locais para o Projecto da Paz” 238 , que, em estreita<br />

colaboração com as ONGs, visou explorar a relação entre conflitos locais e a<br />

respectiva entrega <strong>de</strong> ajuda humanitária ou ao <strong>de</strong>senvolvimento, como explica<br />

SHANNON (2003:36-37).<br />

ANDERSON (1999:1) afirma que a ajuda po<strong>de</strong> não ser neutra num contexto <strong>de</strong><br />

guerra, po<strong>de</strong>ndo “reforçar, exacerbar e prolongar o conflito” 239 . A autora diz<br />

ainda que a ajuda “po<strong>de</strong> também reduzir ou fortalecer as capacida<strong>de</strong>s das<br />

populações para cessar o conflito e encontrar soluções pacíficas para a resolução<br />

<strong>de</strong> problemas”. Além disso, “frequentemente, um programa <strong>de</strong> ajuda po<strong>de</strong> ter<br />

dois efeitos: agravar o conflito ou apoiar o fim do conflito. Em ambos os casos, a<br />

ajuda prestada durante o conflito não po<strong>de</strong> ser separada do mesmo” 240 .<br />

Mas em que consiste a abordagem do Do no harm? JACKSON (2001:11)<br />

i<strong>de</strong>ntifica-a como uma “cultura <strong>de</strong> prevenção”, que prevê que a ajuda seja mais<br />

proactiva na prevenção do conflito. Apesar do objectivo da assistência<br />

internacional ser fazer o bem, a verda<strong>de</strong> é que a evidência mostra que tem sido<br />

feito algum “mal”, afirma JACKSON (2001), na medida em que a ajuda agravou<br />

238 No original, “Local Capacities for Peace Project”.<br />

239 “Do no harm: how aid can support peace - or war” in MUSCAT (2002), pp.138.139.<br />

240 ANDERSON (1999), p.1.<br />

137

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!