12.04.2013 Views

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

fazem-no com o propósito claro <strong>de</strong> financiar a guerra. Bom exemplo disso é<br />

novamente o caso <strong>de</strong> Angola.<br />

Apercebemo-nos também da complexida<strong>de</strong> da questão<br />

<strong>de</strong>pendência/condicionalida<strong>de</strong> da ajuda. O facto <strong>de</strong> muitos PED estarem<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da ajuda internacional, obriga-os, <strong>de</strong> certa forma, a cumprir as<br />

condições impostas pelos doadores. Se, por vezes, essas condições são favoráveis<br />

ao <strong>de</strong>senvolvimento e ao crescimento económico do país, noutras elas são<br />

prejudiciais. Veja-se o caso polémico dos programas <strong>de</strong> ajustamento estrutural<br />

impostos pelo FMI que acabaram por prejudicar alguns países pela imposição <strong>de</strong><br />

medidas económicas <strong>de</strong>masiado rígidas num espaço <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong>masiado curto.<br />

Essas condições po<strong>de</strong>m também ser prejudiciais ao país, quando os doadores e<br />

agências <strong>de</strong> ajuda se substituem ao Governo local, por falta <strong>de</strong> confiança ou por<br />

reconhecimento <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong>, realizando funções que a ele competem.<br />

Em resultado das várias críticas apontadas à condicionalida<strong>de</strong> da ajuda e <strong>de</strong><br />

propostas alternativas, concluímos que é fundamental que esta actue em forma <strong>de</strong><br />

cooperação e que preveja o envolvimento e a responsabilida<strong>de</strong> política <strong>de</strong> ambas<br />

as partes: doadores e receptores.<br />

Por outro lado, os interesses e objectivos escondidos <strong>de</strong> doadores e receptores<br />

po<strong>de</strong>rão ser um factor muito prejudicial para o <strong>de</strong>senrolar do conflito. Se é<br />

verda<strong>de</strong> que, por <strong>de</strong>trás do carácter humanitário, os doadores têm, por vezes,<br />

interesse em apoiar um dos lados do conflito (por motivos <strong>de</strong> aliança política, <strong>de</strong><br />

influência em dada região, <strong>de</strong> lucros económicos), também é certo que os<br />

receptores po<strong>de</strong>m jogar com os interesses político-económicos dos doadores,<br />

fazendo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r a sua posição política da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajuda recebida.<br />

A ajuda po<strong>de</strong> incentivar e <strong>de</strong>sincentivar o conflito, como afirma UVIN (2001),<br />

pela forma como actua, pelo tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões que toma e pelas activida<strong>de</strong>s que<br />

<strong>de</strong>senvolve, pelo que há que combater o possível impacto negativo que ela<br />

po<strong>de</strong>rá exercer sobre uma guerra.<br />

Reiterámos a importância da perspectiva “Do No Harm” (não prejudicar) que<br />

salienta que a ajuda po<strong>de</strong> prejudicar o conflito, pelo que é imperativo que esta<br />

seja mais proactiva na prevenção da guerra. Acima <strong>de</strong> tudo, <strong>de</strong>staque-se a<br />

243

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!