12.04.2013 Views

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

na exportação <strong>de</strong> diamantes nos respectivos países, bem como implementar ou<br />

reforçar a certificação e <strong>de</strong> penalizar os transgressores. Em Angola, esta medida<br />

conseguiu diminuir a obtenção <strong>de</strong> financiamento por parte dos rebel<strong>de</strong>s.<br />

No encontro <strong>de</strong> Otava, em Março <strong>de</strong> 2002, os participantes tinham-se mostrado<br />

confiantes no respeito pelo prazo <strong>de</strong> implementação das medidas acordadas.<br />

Porém, logo após a aprovação da Resolução do Conselho <strong>de</strong> Segurança das<br />

Nações Unidas sobre o processo Kimberley, os Estados-membros da UE<br />

admitiram não conseguir cumprir o compromisso até Fevereiro <strong>de</strong> 2003. Ainda<br />

assim, segundo COLLIER et al .(2003:175), essa medida ajudou a alcançar a paz<br />

em Angola e noutros países em situação semelhante.<br />

O <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> secessão <strong>de</strong> Estado pelos rebel<strong>de</strong>s é a outra principal razão da guerra.<br />

CARVALHO (2002:160) explica que “o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> Jonas Savimbi era o po<strong>de</strong>r<br />

político absoluto, não olhando a meios para o alcançar”. Assim, prossegue o<br />

autor, “gorada que foi a hipótese <strong>de</strong> alcance legítimo do Po<strong>de</strong>r, o recurso foi a<br />

opção armada, que (tal como se sabe) não era <strong>de</strong>fendida por todos quantos<br />

integravam a direcção da UNITA”.<br />

Quanto aos argumentos utilizados pelos rebel<strong>de</strong>s, Savimbi afirmou, nas suas<br />

últimas <strong>de</strong>clarações públicas, que uma das razões da luta da UNITA era a<br />

“conquista da cidadania para todos os angolanos”, como indica PACHECO<br />

(2002:43). A este propósito, o autor admite que “embora nunca tivesse<br />

concordado com as suas opções políticas e, sobretudo, com os métodos que<br />

utilizou para as concretizar, <strong>de</strong>vo reconhecer que a preocupação com a cidadania<br />

faz todo o sentido quando se analisam as causas do conflito e se questiona o<br />

futuro dos angolanos” 322 .<br />

Mas existem outras causas que explicam a guerra. CACETE (2002:167) parece<br />

convicto <strong>de</strong> que “factores internos como a exclusão social, a exclusão económica<br />

e a exclusão política, foram importantes para a manutenção das tensões internas e<br />

para a mobilização da rebelião” 323 .<br />

322 PACHECO (2002), p.43.<br />

323 CACETE (2002), p.167.<br />

191

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!