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Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

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eabilitação (nem mesmo a nível das Nações Unidas), o que faz com que os<br />

programas <strong>de</strong> ajuda sejam fragmentados a esse nível; por outro, quase não<br />

existem linhas financeiras dos doadores para projectos <strong>de</strong> reabilitação. ARMIÑO<br />

(1997:28) refere como excepção uma linha orçamental da União Europeia <strong>de</strong><br />

ajuda à reabilitação aberta sob a alçada da IV Convenção <strong>de</strong> Lomé.<br />

Em termos processuais, ARMIÑO (1997:28) explica que a programação do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento é feita geralmente para o período <strong>de</strong> 1 a 3 anos, não sendo <strong>de</strong><br />

curto prazo e intensiva como na emergência, nem <strong>de</strong> planificação lenta e <strong>de</strong><br />

procedimentos rigorosos como no <strong>de</strong>senvolvimento.<br />

O autor sublinha a importância da reabilitação como ponte entre a ajuda <strong>de</strong><br />

emergência e o <strong>de</strong>senvolvimento, <strong>de</strong>vendo corrigir os possíveis impactos<br />

negativos da ajuda humanitária (por exemplo, a <strong>de</strong>pendência criada ou o<br />

<strong>de</strong>sencorajamento da economia local 150 ), ao mesmo tempo que consolida os<br />

serviços sociais entretanto criados e ajuda a criar sistemas <strong>de</strong> subsistência<br />

sustentáveis 151 .<br />

No entanto, as verbas para a reabilitação parecem ser insuficientes. Egeland 152<br />

explica que se dá o suficiente para manter as pessoas vivas, mas que não se ajuda<br />

o suficiente para que os refugiados retornem às suas terras, para que os sem-<br />

abrigo reconstruam as suas casas e para que as vítimas da guerra voltem a<br />

trabalhar a terra e a criar os seus meios <strong>de</strong> subsistência.<br />

Voltando à explicação <strong>de</strong> ARMIÑO (1997:27) a qual indica que, segundo uma<br />

terceira corrente <strong>de</strong> pensamento, a reintegração dos refugiados se inclui na ajuda<br />

à reabilitação. Deveremos sublinhar que, segundo o autor, o apoio ao retorno às<br />

zonas <strong>de</strong> origem das populações que fugiram para outros países (refugiados) ou<br />

para outras zonas do país (<strong>de</strong>slocados internos), bem como a sua reintegração<br />

social e económica são um dos maiores <strong>de</strong>safios do pós-guerra 153 e uma das<br />

peças essenciais para assegurar uma pacificação e conciliação duradouras 154 . No<br />

150 A este propósito, refira-se a importância do “dinheiro por trabalho” (money for work) dos alimentos<br />

por trabalho (food for work) e dos programas <strong>de</strong> crédito, como refere ARMIÑO (1997), p.31.<br />

151 ARMIÑO (1997), p.32.<br />

152 REUTERS FOUNDATION (2004), p.1.<br />

153 ARMIÑO (1997), p.65.<br />

154 ARMIÑO (1997), pp.65-66.<br />

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