Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository
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ecebeu 273,58 milhões em 2000, 249,65 em 2001 e 380,27 milhões em 2002.<br />
Per capita essa ajuda foi <strong>de</strong> 22 USD, um valor quatro vezes superior ao do Sri<br />
Lanka.<br />
Tabela 4 – A APD ao Sri Lanka e a Angola em 2000, 2001 e 2002<br />
Total APD Total APD Total APD<br />
2000 2001 2002<br />
Sri Lanka 101,42226 187,15899 186,81798<br />
Angola 273,57784 249,64855 380,27015<br />
Fonte: Elaborado pela autora a partir <strong>de</strong> OECD (act :2004a), Base <strong>de</strong> Dados.<br />
Quanto ao ano do cessar-fogo no Sri Lanka (2002), verificamos que a ajuda se<br />
manteve constante, ao invés do que seria <strong>de</strong> esperar, isto é, que aumentasse agora<br />
que era importante ajudar a consolidação do acordo <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> para o país.<br />
Isto ter-se-á <strong>de</strong>vido, possivelmente, ao afastamento dos doadores <strong>de</strong>vido ao<br />
retrocesso no processo <strong>de</strong> paz nesse mesmo ano. Em Angola, com a assinatura<br />
do acordo <strong>de</strong> paz no início do ano <strong>de</strong> 2002, a ajuda aumentou em 130,62 milhões<br />
<strong>de</strong> USD <strong>de</strong> 2001 para 2002, isto é, uma variação anual <strong>de</strong> 60%. Verificamos,<br />
assim, que a ajuda dada a Angola foi bastante superior à ajuda dada ao Sri Lanka.<br />
Se tentarmos aplicar o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> CHAUVET (2002) sobre a influência da<br />
instabilida<strong>de</strong> sociopolítica dos receptores na alocação <strong>de</strong> ajuda aos dois estudos<br />
<strong>de</strong> caso, verificamos que, quer no Sri Lanka, quer em Angola, existiu<br />
instabilida<strong>de</strong> política violenta (guerra civil). Segundo o mo<strong>de</strong>lo, os próprios<br />
doadores <strong>de</strong>veriam querer ajudar mais esses países, por forma a tentar estabilizá-<br />
los, preservando os seus próprios interesses comerciais, <strong>de</strong> investimento, <strong>de</strong><br />
segurança e geopolíticos. Porém, ambos os países sofreram <strong>de</strong>struição massiva<br />
<strong>de</strong> infra-estruturas e mortes, pelo que os doadores adversos ao risco (entenda-se<br />
aqui a <strong>de</strong>scrença da utilida<strong>de</strong> da ajuda no contexto da guerra civil muito<br />
<strong>de</strong>strutiva) po<strong>de</strong>rão ter <strong>de</strong>sviado a ajuda ao país. Foi, por exemplo, o que se<br />
verificou no retrocesso dos doadores sobre a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ajudar o Sri Lanka após<br />
o cessar-fogo em 2002 e em sequência da instabilida<strong>de</strong> vivida nessa altura e da<br />
recusa do LTTE em colaborar. Igualmente em Angola os doadores retroce<strong>de</strong>ram<br />
também na sua <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> aumentar significativamente a sua ajuda ao país em<br />
1995, <strong>de</strong>vido ao fracasso do processo <strong>de</strong> paz (Acordo <strong>de</strong> Lusaka).<br />
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