Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository
Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository
Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
CHAUVET (2002:39) consi<strong>de</strong>rou três tipos <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> sociopolítica:<br />
violenta (inclui assassínios políticos, guerras <strong>de</strong> guerrilha e guerras civis), social<br />
(sinais <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontentamento da população, tais como greves, protestos, etc.) e <strong>de</strong><br />
elite (ruptura na vida política, através <strong>de</strong> golpes <strong>de</strong> Estado, revoluções, gran<strong>de</strong>s<br />
crises governamentais, etc.).<br />
CHAUVET (2002:39-40) afirma que, se o objectivo da ajuda externa é reduzir a<br />
pobreza, então os países menos estáveis <strong>de</strong>veriam receber mais apoio e a<br />
instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria aumentar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ajuda recebida. Os próprios<br />
doadores <strong>de</strong>veriam querer ajudar mais esses países, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do tipo<br />
<strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> sociopolítica, por forma a tentar estabilizá-los, preservando os<br />
seus próprios interesses comerciais, <strong>de</strong> investimento, <strong>de</strong> segurança e geopolíticos.<br />
O problema é que a instabilida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> modificar os interesses dos doadores. Se<br />
as perdas políticas e económicas daí resultantes forem muito significativas, a<br />
ajuda po<strong>de</strong> diminuir. Por exemplo, se um país sofre instabilida<strong>de</strong> política com<br />
<strong>de</strong>struição massiva <strong>de</strong> infra-estruturas e mortes, os doadores adversos ao risco<br />
po<strong>de</strong>rão <strong>de</strong>sviar a ajuda <strong>de</strong>sse país, afirma CHAUVET (2002:40).<br />
Quanto ao tipo <strong>de</strong> ajuda, CHAUVET (2002:41-54) sustenta que doadores<br />
bilaterais e multilaterais reagem <strong>de</strong> forma diferente à instabilida<strong>de</strong>. Por exemplo,<br />
é consensual a importância dos interesses estratégicos, históricos e comerciais na<br />
alocação da ajuda bilateral, pelo que a instabilida<strong>de</strong> sociopolítica po<strong>de</strong>rá atrair os<br />
interesses dos doadores bilaterais. Esse tipo <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> ten<strong>de</strong> a ser uma<br />
variável <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong>, pois os doadores altruístas po<strong>de</strong>m respon<strong>de</strong>r-lhe<br />
positivamente.<br />
No entanto, o tipo <strong>de</strong> ajuda também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das características dos países<br />
receptores, <strong>de</strong>signadamente a pobreza e a exportação <strong>de</strong> petróleo. Os países <strong>de</strong><br />
baixo rendimento recebem menos ajuda dos doadores bilaterais, <strong>de</strong>sencorajados<br />
<strong>de</strong> apoiar e compensar o país. Há, assim, um efeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>sencorajamento face à<br />
instabilida<strong>de</strong> violenta e social, mas não para a instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elite. Já no caso<br />
dos países <strong>de</strong> rendimento médio, a instabilida<strong>de</strong> tem um efeito positivo na<br />
106