Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository
Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository
Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que as forças sejam credíveis e que não sejam vistas como uma das partes<br />
no conflito. No entanto, medidas como a intervenção regional, uma força <strong>de</strong><br />
manutenção <strong>de</strong> paz que não seja das Nações Unidas ou a construção da paz,<br />
po<strong>de</strong>m ser mais eficazes que a intervenção multilateral. Quanto às organizações<br />
regionais, estas po<strong>de</strong>m ser um bom instrumento para a manutenção da paz e<br />
po<strong>de</strong>m fazê-lo à luz da carta das Nações Unidas 80 .<br />
Em suma, a comunida<strong>de</strong> internacional po<strong>de</strong> e <strong>de</strong>ve preocupar-se em assegurar a<br />
paz global, até porque a própria inércia também é cara. No entanto, essas<br />
intervenções <strong>de</strong>vem ser eficazes, a custo razoável e à luz das Nações Unidas e do<br />
Direito Internacional.<br />
Passada a primeira década, a presença militar não po<strong>de</strong> continuar<br />
in<strong>de</strong>finidamente, afirmam COLLIER et al. (2003:168), até porque os riscos <strong>de</strong><br />
novo conflito na segunda década são muito inferiores, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o país tenha<br />
implementado políticas económicas a<strong>de</strong>quadas durante a primeira década.<br />
BRAUER (1998:73) aponta a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aprovarem sanções<br />
económicas, embora estas nem sempre provoquem as alterações <strong>de</strong>sejáveis,<br />
atingindo muitas vezes a população comum e <strong>de</strong>ixando incólumes os governantes<br />
do país em questão. A verda<strong>de</strong> é que essas medidas não po<strong>de</strong>m ser catalogadas,<br />
admite o autor, pois cada solução <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do contexto institucional vigente.<br />
Já na década <strong>de</strong> 80, FREY (1984: 118-119) explicava que as sanções económicas<br />
são frequentemente utilizadas como instrumento <strong>de</strong> política externa, quer <strong>de</strong><br />
forma unilateral, quer por organizações colectivas como as Nações Unidas. Para<br />
que sejam eficazes, o autor <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que as sanções <strong>de</strong>vem ser aplicadas por um<br />
conjunto <strong>de</strong> países, o que pressupõe que o problema do free-ri<strong>de</strong>r inerente às<br />
acções colectivas, bem como as pressões internas <strong>de</strong> grupos <strong>de</strong> interesse<br />
afectados negativamente por uma sanção, são lentamente ultrapassadas.<br />
Neste contexto, será também importante resolver o problema do acesso aos<br />
recursos naturais, nos países on<strong>de</strong> estes são utilizados pelos rebel<strong>de</strong>s para<br />
financiar a guerra. Uma das formas <strong>de</strong> os rebel<strong>de</strong>s terem acesso a esse lucros é ,<br />
afirmam COLLIER et al. (2003:179), ameaçando as companhias envolvidas na<br />
80 O capítulo 8 da Carta das Nações Unidas discute justamente a gestão regional do conflito.<br />
58