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Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

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ilegal <strong>de</strong> diamantes em alguns países, sendo o país em guerra civil o local<br />

apropriado para explorar estas fontes <strong>de</strong> rendimento.<br />

Por último, importa <strong>de</strong>stacar que essas consequências ultrapassam fronteiras,<br />

pelo efeito <strong>de</strong> dominó que as guerras provocam nos países vizinhos. Com isso,<br />

dizem COLLIER et al. (2003:34), influenciam o orçamento militar global da<br />

região, os custos <strong>de</strong> transporte e <strong>de</strong>slocação, o afastamento dos investimento<br />

externo na região, o aumento do comércio regional <strong>de</strong> armas e ainda o aumento<br />

do risco <strong>de</strong> guerra nos países vizinhos.<br />

Também ARMENGOL et al. (2003:49-50) sustentam a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que, apesar do<br />

seu carácter interno, a maioria dos conflitos actuais tem uma importante<br />

dimensão e influência regional e internacional, <strong>de</strong>vido ao fluxo <strong>de</strong> refugiados, ao<br />

comércio <strong>de</strong> armas, aos interesses económicos e políticos dos países vizinhos e<br />

também porque os grupos armados opositores dos Governos buscam apoio nos<br />

países vizinhos ou têm lá as suas bases.<br />

5.2 – As Consequências Sociais<br />

As principais consequências sociais da guerra civil são as baixas, que, na guerra<br />

civil mo<strong>de</strong>rna, são principalmente as populações civis. Segundo COLLIER et al.<br />

(2003:17), o maior impacto passou do pessoal militar para as populações civis.<br />

CAIRNS (1997) 45 indica que, no início do século XX, 90% das vítimas eram<br />

militares, enquanto que, na década <strong>de</strong> 90, quase 90% das vítimas passaram a ser<br />

civis. SMITH (2003:38) acrescenta que 75% das pessoas mortas nas guerras dos<br />

nossos dias são civis 46 .<br />

Não sendo possível saber qual o número exacto <strong>de</strong> mortes provocadas pela<br />

guerra, estima-se que, só entre 1997 e 2002, tenham morrido mais <strong>de</strong> três<br />

milhões <strong>de</strong> pessoas. Como indica SMITH (2003:38), este número representa<br />

menos dois milhões e meio <strong>de</strong> mortes comparativamente às estimativas do que<br />

terá ocorrido na primeira meta<strong>de</strong> da década <strong>de</strong> 90. Note-se que estes números<br />

45<br />

“A Safer Future: Reducing the human cost of war”, Oxford: Oxfam publications in HOEFFLER &<br />

REYNAL-QUEROL (2003), p. 7.<br />

46<br />

As estatísticas dos civis mortos em guerra são mais incertas do que as dos combatentes, na medida em<br />

que não existe nenhuma organização a fazer essa contagem, ao contrário das forças militares e dos grupos<br />

<strong>de</strong> guerrilha que conhecem o número <strong>de</strong> homens em combate.<br />

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