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Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

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normas do DIH têm força moral e política (o que gera responsabilida<strong>de</strong><br />

internacional) e que a sua incorporação no or<strong>de</strong>namento jurídico interno implica<br />

responsabilida<strong>de</strong>s jurídicas que afectam todos os Governos signatários <strong>de</strong><br />

convénios e protocolos.<br />

Na base do DIH, está a figura da “protecção humanitária” que, como indica<br />

MIRANDA (1995:299), “(...) é um instituto <strong>de</strong>stinado a proteger, em caso <strong>de</strong><br />

guerra, militares postos fora <strong>de</strong> combate (feridos, doentes, náufragos,<br />

prisioneiros) e populações civis” . Ainda segundo este autor, “os seus princípios<br />

<strong>de</strong>vem aplicar-se hoje, quer às guerras internacionais, quer às guerras civis e a<br />

outros conflitos armados” 97 . O autor explica também que a protecção humanitária<br />

se refere a situações <strong>de</strong> extrema necessida<strong>de</strong>, integráveis no Direito Internacional<br />

<strong>de</strong> Guerra, em que avulta o confronto com um po<strong>de</strong>r exterior (ou equiparado).<br />

Por fim, MIRANDA (1995:300) explica que a protecção humanitária se<br />

assemelha à protecção internacional dos direitos do Homem pela consi<strong>de</strong>ração<br />

das pessoas afectadas só como pessoas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> outros factores,<br />

mas distingue-se <strong>de</strong>sta por representar um minus e por o seu móbil ser a<br />

compaixão e não a promoção <strong>de</strong> direitos.<br />

2.2 - As Convenções <strong>de</strong> Genebra e os Protocolos Adicionais<br />

A “protecção humanitária” remonta à Convenção <strong>de</strong> 1864 e tem como principais<br />

fontes as quatro Convenções <strong>de</strong> Genebra <strong>de</strong> 1949 e os respectivos protocolos<br />

adicionais 98 , que são o principal instrumento <strong>de</strong> DIH 99 .<br />

A história das Convenções 100 remonta, por sua vez, à batalha <strong>de</strong> Solferino,<br />

travada entre franceses e italianos contra austríacos no norte <strong>de</strong> Itália, em 1859.<br />

Impressionado com o cenário <strong>de</strong> guerra, o suíço Henry Dunant reuniu os<br />

habitantes da região para socorrer os soldados feridos. Esta acção motivou a<br />

redacção do livro Uma recordação <strong>de</strong> Solferino, no qual Dunant <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>u a i<strong>de</strong>ia<br />

97 MIRANDA (1995), p.300.<br />

98 Sobre as Convenções <strong>de</strong> Genebra e Protocolos Adicionais, ver<br />

www.icrc.org/ihl.nsf/WebCONVFULL?OpenView<br />

99 OXFAM INTERNATIONAL (2003), p.10.<br />

100 Sobre história da origem das Convenções, ver folheto “A História da Cruz Vermelha Portuguesa”.<br />

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