Tese de Mestrado DCI.pdf - UTL Repository

três dimensões de um triângulo, cuja área é o “espaço político para a construção
da paz”: (1) as raízes locais da hostilidade, (2) as capacidades locais para a
mudança e (3) o grau específico de responsabilidade internacional para assistir à
mudança.
DOYLE & SAMBANIS (2000:8-9) argumentam que a probabilidade de êxito da
construção da paz é função das capacidades materiais e institucionais do país, da
disponibilidade de ajuda internacional e do grau de hostilidade da guerra.
Face a isso, os autores criaram um modelo interactivo do qual resultaram dez
hipóteses 392 sobre o êxito da construção da paz (CP) enunciadas na tabela e
aplicadas pela autora aos casos do Sri Lanka e de Angola.
Tabela 6 – Aplicação das premissas de DOYLE & SAMBANIS (2000)
aos casos do Sri Lanka e de Angola
Premissas de DOYLE & SAMBANIS (2000) Sri Lanka Angola
(1) o êxito da CP é inferior nas guerras identitárias (por exemplo,
guerras étnicas ou religiosas)
X
(2) quanto maiores forem os custos humanos da guerra, menor
será o êxito da CP
(3) quanto mais longa for a guerra, maior será o êxito da CP
(4) quanto maior for o número de facções, menor será o êxito da
CP
X X
(5) quanto maior for a heterogeneidade étnica, menor será a
probabilidade de êxito da CP
X
(6) quanto maior for o PIBpc e o nível de desenvolvimento X X
económico do país, maior será a probabilidade de êxito da CP
(7) quanto mais dependente de recursos for o país, maior o risco
de nova guerra e menor a probabilidade de êxito da CP (os autores
referem o exemplo de Angola)
X
(8) o êxito da CP será maior se a guerra terminar com um acordo
de paz;
(9) o êxito de CP será maior se forem empregues operações de paz
das Nações Unidas
X
(10) o êxito da CP será maior quanto mais forte for a operação da
ONU e quanto mais extenso for o seu mandato
X
Legenda : - Premissa aplicável ao caso / X – Premissa não aplicável ao caso
No Sri Lanka, o facto desta guerra ter um cariz identitário, ter provocado muitas
baixas humanas, de o país ter um baixo nível de desenvolvimento económico e o
facto de não ter havido uma operação de manutenção de paz das Nações Unidas,
392 DOYLE & SAMBANIS (2000), pp.12-14.
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