A construção do Programa Estadual de Educação Ambiental
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Principal expoente <strong>do</strong> pensamento contratualista <strong>de</strong> base anglo-saxônica, para<br />
Thomas Hobbes, <strong>de</strong>vida a natureza agressiva da humanida<strong>de</strong>, esta <strong>de</strong>veria celebrar um<br />
acor<strong>do</strong> pela <strong>de</strong>marcação nítida <strong>de</strong> um único po<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>veria pairar – e exercer-se –<br />
sobre to<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a assegurar a pacificação entre os homens (FONTES, 2010). Esse<br />
acor<strong>do</strong> outorgaria a um <strong>de</strong>ntre os homens (o Soberano) o atributo singular <strong>do</strong> exercício<br />
da violência. Caberia a um po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sigual garantir que os po<strong>de</strong>res iguais no reino da<br />
natureza que conduzem os homens à situação <strong>de</strong> isolamento, barbárie e guerra não<br />
prevalecessem. Era preciso um po<strong>de</strong>r não natural, o Esta<strong>do</strong> – o contrato, o pacto, o<br />
Soberano – para enfrentar e controlar a natureza humana má, genericamente faminta e<br />
cruel. “Do pacto <strong>de</strong>correria a socieda<strong>de</strong> civil, como uma entida<strong>de</strong> antitética ao esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
natureza. Os termos socieda<strong>de</strong> civil, Governo e Esta<strong>do</strong> seriam quase equivalentes”<br />
(FONTES, 2010, p. 125).<br />
A noção <strong>de</strong> indivíduo começa em Hobbes. Porém, como ressalta Ribeiro (2006),<br />
ainda não se trata <strong>de</strong> um individualismo burguês, pois o homem hobbesiano não é então<br />
um homo oeconomicus. Seu interesse maior não está em produzir riquezas. Almeja,<br />
sobretu<strong>do</strong>, a honra. O autor afirma que Hobbes ficará como um <strong>do</strong>s pensa<strong>do</strong>res<br />
“malditos” da história da filosofia política não apenas por romper com a visão<br />
aristotélica <strong>do</strong> bom governante e <strong>do</strong> indivíduo <strong>de</strong> boa natureza, mas também porque<br />
enquanto a burguesia vai procurar fundar a proprieda<strong>de</strong> privada num direito anterior e<br />
superior ao Esta<strong>do</strong>, en<strong>do</strong>ssan<strong>do</strong> Locke quan<strong>do</strong> este atribui ao po<strong>de</strong>r público a finalida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> proteger a proprieda<strong>de</strong>, o autor <strong>de</strong> Leviatã “nega um direito natural ou sagra<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
indivíduo à sua proprieda<strong>de</strong>” (RIBEIRO, 2006, p. 76).<br />
Segun<strong>do</strong> Mello (2006), Locke publica suas principais obras quan<strong>do</strong> retorna à<br />
Inglaterra no perío<strong>do</strong> posterior a Revolução Gloriosa que assinalou o triunfo <strong>do</strong><br />
liberalismo político sobre o absolutismo. Enquanto Hobbes vai fazer uma apologia a<br />
esse esta<strong>do</strong> to<strong>do</strong>-po<strong>de</strong>roso pré-revolução, Locke - influencia<strong>do</strong> pelas i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong>fendidas<br />
pela burguesia ascen<strong>de</strong>nte, partidária <strong>do</strong> liberalismo - vai se opor a monarquia<br />
absolutista. E embora ambos <strong>de</strong>clarem que a ausência <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> provoca uma guerra <strong>de</strong><br />
to<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong>s, diferente <strong>de</strong> Hobbes, o esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> natureza para Locke é um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
paz, concórdia e harmonia, que, entretanto, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à ausência <strong>de</strong> juízes vira um esta<strong>do</strong><br />
<strong>de</strong> guerra. Na falta <strong>de</strong> lei estabelecida, po<strong>de</strong> ocorrer a violação da proprieda<strong>de</strong> (vida,<br />
liberda<strong>de</strong> e bens), e por consequência <strong>do</strong>s direitos que possuíam os homens<br />
originalmente no esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> natureza, inician<strong>do</strong> um esta<strong>do</strong> <strong>de</strong> guerra uns contra os<br />
outros. “É a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> superar esses inconvenientes que, segun<strong>do</strong> Locke, leva os<br />
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