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A construção do Programa Estadual de Educação Ambiental

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segun<strong>do</strong> parabenizou alunos, pais e professores por terem si<strong>do</strong> “premia<strong>do</strong>s com uma<br />

escola mo<strong>de</strong>lo em sustentabilida<strong>de</strong>”. O terceiro ressaltou que a iniciativa <strong>de</strong>monstra o<br />

compromisso da empresa com a comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Cruz e compartilhou o <strong>de</strong>sejo<br />

para “que essa escola seja um exemplo para outras escolas públicas”. A fala selecionada<br />

<strong>de</strong> uma aluna ao final da matéria revela a compatibilida<strong>de</strong> entre a proposta <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento sustentável difundida pelo governo e os objetivos da educação<br />

ambiental comportamentalista. Segun<strong>do</strong> a aluna, “estudar em uma escola com toda essa<br />

tecnologia e cuida<strong>do</strong> com o meio ambiente vai ajudar na minha vida profissional e<br />

pessoal. Agora, em casa, eu já me preocupo em economizar. Não posso ver uma<br />

lâmpada acesa sem necessida<strong>de</strong>”.<br />

Um <strong>do</strong>cumento assina<strong>do</strong> pelos Chefes <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> durante a Rio-92 que trazia o<br />

argumento <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento sustentável e passou a orientar muitos projetos <strong>de</strong><br />

educação ambiental foi a Agenda 21 - constituída por 40 áreas temáticas consi<strong>de</strong>radas<br />

prioritárias para se atingir um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que conciliasse “conservação<br />

ambiental, justiça social e crescimento econômico”, mais tar<strong>de</strong> conheci<strong>do</strong> como o<br />

“tripé” da sustentabilida<strong>de</strong>. No <strong>do</strong>cumento era ressaltada a necessida<strong>de</strong> da <strong>construção</strong><br />

participativa <strong>de</strong> agendas 21 nacionais, regionais e locais, por meio <strong>do</strong> diálogo entre os<br />

três principais setores da socieda<strong>de</strong>: governo, merca<strong>do</strong> e socieda<strong>de</strong> civil. Essa separação<br />

dá sustentação à i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> autonomia da socieda<strong>de</strong> civil, tratada como espaço<br />

<strong>de</strong>mocrático, livre <strong>de</strong> coerções, protagoniza<strong>do</strong> pelas organizações sem fins lucrativos<br />

que atuam em cooperação. Ganha autonomia também o merca<strong>do</strong>, visto como um setor a<br />

parte <strong>do</strong> governo e da socieda<strong>de</strong> civil, retiran<strong>do</strong> <strong>de</strong>sta a luta <strong>de</strong> classes e garantin<strong>do</strong> ao<br />

merca<strong>do</strong> protagonismo no alcance <strong>do</strong> “crescimento econômico” que faz parte <strong>do</strong> “tripé”<br />

e não <strong>de</strong>ixa dúvidas <strong>do</strong> viés economicista da propagada sustentabilida<strong>de</strong>. Mas o tripé<br />

está sempre manco, pois o mo<strong>de</strong>lo capitalista <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte aqui <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> implica que<br />

a produção <strong>de</strong> riqueza é acompanhada por expropriações da base natural num primeiro<br />

nível e <strong>do</strong>s direitos e sociabilida<strong>de</strong>s num segun<strong>do</strong> nível, o que torna longínqua qualquer<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conservação ambiental e justiça social. Nos territórios rurais esse<br />

mo<strong>de</strong>lo é sustenta<strong>do</strong> pelo agronegócio e formas arcaico-mo<strong>de</strong>rnas associadas <strong>de</strong><br />

extração <strong>de</strong> bens naturais. A necessida<strong>de</strong> imperativa <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s colossais <strong>de</strong> água,<br />

terra e energia para alimentar esse mo<strong>de</strong>lo provoca expropriações <strong>de</strong> primeiro nível. A<br />

violência política e social a que estão submeti<strong>do</strong>s os trabalha<strong>do</strong>res rurais expõem as<br />

expropriações <strong>de</strong> segun<strong>do</strong> nível. O circuito da expropriação só fecha, porém, nos<br />

espaços urbanos e periurbanos on<strong>de</strong> se realiza a transformação industrial e tecnológica<br />

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