A construção do Programa Estadual de Educação Ambiental

à edição 1895 7 de As Lutas de Classes em França de 1848 a 1950 que o exército
internacional de socialistas que crescia dia-a-dia estava “ainda longe de alcançar a
vitória com um único e grande golpe [e se via] obrigado a progredir lentamente, de
posição para posição, numa luta dura e tenaz” (os grifos são de Engels). Tal estratégia
seria desenvolvida posteriormente por Gramsci como a “guerra de posição”. A
ampliação marxista do conceito de Estado não significa a renúncia da concepção do
Estado como órgão repressivo e opressor, tampouco da noção de que “o Estado é
sempre o Estado da classe mais poderosa, da classe economicamente dominante que,
também graças a ele, se torna a classe politicamente dominante” (ENGELS apud
LÊNIN, 2010, p. 32). O entendimento da natureza de classe do Estado - que assegura
que o interesse de determinada classe, portanto, um interesse particular, se sobreponha
ao interesse universal - jamais é abandonada por Marx e Engels.
2.3 Estado ampliado na obra de Gramsci
Em 1917, a Europa é sacudida pela Revolução Russa. Se anteriormente a ela,
Lênin havia contribuído teoricamente para demonstrar a concentração monopólica de
capitais e a emergência do capital bancário ligado aos Estados na virada do século XIX
para o XX, concretamente a Revolução de Outubro - na qual despontava como líder
maior - sinalizava as possibilidades de transformação social em curso. Entretanto, o
próprio Lênin reconheceria já em 1918 que o modelo de revolução bolchevique
dificilmente poderia acontecer em outro país do continente europeu, chegando a
declarar que pela complexidade das sociedades ocidentais, ali a capacidade de “fazer
política” seria indispensável, pois uma luta mais longa e difícil do que havia sido
travada na Rússia precisaria ser feita nessas sociedades como caminho para a revolução
socialista (COUTINHO, 2007). Na Itália, após os anos de 1919 e 1920 de intensa luta
popular, com inúmeras fábricas ocupadas e greves, em 1922 tem-se o triunfo da direita
radical com a ditadura fascista. A partir do exame dessa experiência e das que se
sucedem em âmbito mundial com a crise de 1929, Gramsci iria inovar a leitura clássica
sobre Estado na tradição marxista.
Luxemburgo, Trotsky, Max Adler e Otto Bauer antes de Gramsci refletir e problematizar de forma
sistemática esse processo de “ampliação” do Estado e com isto, renovar a estratégia revolucionária dentro
do pensamento marxista.
7 Disponível em http://www.marxists.org/portugues/marx/1850/11/lutas_class/introducao.htm. Acesso em
09 ago.2011
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