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A construção do Programa Estadual de Educação Ambiental

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Economia Política. No Prefácio <strong>de</strong> Para a crítica da economia política, Marx reforça a<br />

unida<strong>de</strong> dialética existente entre a estrutura econômica da socieda<strong>de</strong> e a superestrutura<br />

jurídica e política que se ergue <strong>de</strong>ssa base objetiva, o que vai contra o “<strong>de</strong>terminismo<br />

econômico” que é atribuí<strong>do</strong> a tradição que fun<strong>do</strong>u com Engels. Pois ainda que as<br />

condições materiais <strong>de</strong> existência <strong>do</strong>s homens sirvam <strong>de</strong> base econômica para as formas<br />

jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas – que Marx <strong>de</strong>fine como as<br />

formas i<strong>de</strong>ológicas pelas quais os homens tomam consciência das contradições e as<br />

conduzem até o fim –, não é possível dizer que a primazia <strong>do</strong> econômico é o que <strong>de</strong>fine<br />

sua obra, mas como <strong>de</strong>staca Lúkacs: o que é <strong>de</strong>cisivo no marxismo é o ponto <strong>de</strong> vista da<br />

totalida<strong>de</strong>. “A categoria da totalida<strong>de</strong>, a penetrante supremacia <strong>do</strong> to<strong>do</strong> sobre as partes, é<br />

a essência <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> que Marx tomou <strong>de</strong> Hegel e brilhantemente o transformou nos<br />

alicerces <strong>de</strong> uma nova ciência” (LÚKACS, 1971, p. 27 apud BORON, 2006, p. 47).<br />

Na Crítica ao <strong>Programa</strong> <strong>de</strong> Gotha, Marx explicita sua posição quanto à relação<br />

que o povo trabalha<strong>do</strong>r <strong>de</strong>ve estabelecer com o Esta<strong>do</strong>. Neste <strong>Programa</strong>, o Parti<strong>do</strong><br />

Operário Alemão reivindica o Esta<strong>do</strong> para a organização <strong>de</strong> cooperativas <strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res e para a educação <strong>do</strong> povo. O que Marx con<strong>de</strong>na, <strong>de</strong>claran<strong>do</strong> ilusória a<br />

pretensão <strong>de</strong> erigir uma socieda<strong>de</strong> nova por meio <strong>de</strong> subvenções <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, visto que a<br />

organização socialista <strong>do</strong> conjunto <strong>do</strong> trabalho não adviria da ajuda <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e o valor<br />

das cooperativas está justamente em serem criadas pelos próprios trabalha<strong>do</strong>res. No<br />

segun<strong>do</strong> tema, ele é ainda mais enfático: “Uma “educação <strong>do</strong> povo a cargo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>” é<br />

absolutamente inadmissível. [...] é o Esta<strong>do</strong> que precisa ser ru<strong>de</strong>mente educa<strong>do</strong> pelo<br />

povo” (MARX, 2004, p. 122). Entretanto, isso não significa menosprezo as conquistas<br />

<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res no aparato estatal. Em sua Mensagem Inaugural da Associação<br />

Internacional <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res 5 ele <strong>de</strong>monstra entusiasmo com a aprovação no<br />

Parlamento inglês da Lei das Dez Horas que <strong>de</strong>limitava legalmente a jornada <strong>de</strong><br />

trabalho e que segun<strong>do</strong> Marx beneficiava física, moral e intelectualmente os operários.<br />

Coutinho afirma que na obra madura <strong>de</strong> Marx e Engels há um princípio <strong>de</strong><br />

ampliação <strong>do</strong> senti<strong>do</strong> “restrito” <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> – entendi<strong>do</strong> como comitê executivo da classe<br />

<strong>do</strong>minante – que prevalece nos textos <strong>de</strong> 1848-50, sen<strong>do</strong> concebi<strong>do</strong> “o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> aparelhos consensuais (parlamento etc.) que implicam e/ou resultam <strong>de</strong> um pacto”<br />

(COUTINHO, 2008, p. 35) 6 . O que remete a vermos na Introdução <strong>de</strong> Friedrich Engels<br />

5 Disponível em http://www.marxists.org/portugues/marx/1864/10/27.htm#tn8. Acesso em 09 ago.2011.<br />

6 Segun<strong>do</strong> o referi<strong>do</strong> autor, a existência <strong>de</strong> mecanismos <strong>de</strong> legitimação que favoreciam a obtenção <strong>de</strong><br />

consensos <strong>do</strong>s governa<strong>do</strong>s como forma <strong>de</strong> manter a <strong>do</strong>minação <strong>de</strong> classe é ressaltada também por Rosa<br />

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