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A construção do Programa Estadual de Educação Ambiental

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particulares confluírem para o bem comum, se constituin<strong>do</strong> como “um momento<br />

fundamental <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> universalização da vonta<strong>de</strong>” (ibi<strong>de</strong>m).<br />

Tanto a i<strong>de</strong>ia contratualista <strong>de</strong> que o Esta<strong>do</strong> funda a socieda<strong>de</strong> civil quanto a<br />

concepção i<strong>de</strong>alista <strong>de</strong> Hegel <strong>de</strong> que o Esta<strong>do</strong> é porta<strong>do</strong>r da vonta<strong>de</strong> universal serão<br />

inteiramente rejeitadas por Marx e Engels. Segun<strong>do</strong> Fontes (2010), para eles o Esta<strong>do</strong><br />

expressa as particularida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> civil - entendida como o conjunto das relações<br />

econômicas, isto é, das relações sociais <strong>de</strong> exploração. A autora argumenta que em<br />

Marx a base ética e histórica a partir da qual se po<strong>de</strong> erigir a universalida<strong>de</strong> efetiva é o<br />

mun<strong>do</strong> da produção da existência, o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho. A associação plena e<br />

consciente <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res é a condição <strong>de</strong> uma humanida<strong>de</strong> não mais cindida em<br />

classes, o que exige superar o Esta<strong>do</strong>, pois este, indissociável das relações sociais <strong>de</strong><br />

produção, cumpre o papel <strong>de</strong> assegurá-las.<br />

No famoso Manifesto <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Comunista <strong>de</strong> 1848 – texto que Marx e Engels<br />

elaboram pouco antes da onda <strong>de</strong> revoluções se alastrar na Europa nesse ano - eles vão<br />

se referir ao Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>rno como um comitê para gerir os negócios<br />

comuns <strong>de</strong> toda a burguesia. Perceben<strong>do</strong> que o <strong>de</strong>senvolvimento da burguesia<br />

acompanha-se <strong>de</strong> um progresso político correspon<strong>de</strong>nte, <strong>de</strong>claram que é com o Esta<strong>do</strong><br />

representativo mo<strong>de</strong>rno que a burguesia finalmente conquista a soberania política. Mais<br />

<strong>de</strong> 20 anos após a redação <strong>do</strong> clássico texto, a Comuna <strong>de</strong> Paris em 1871 – que para os<br />

funda<strong>do</strong>res <strong>do</strong> materialismo histórico revelou-se como uma experiência concreta <strong>do</strong><br />

po<strong>de</strong>r político nas mãos da classe operária – daria novos insumos para o entendimento<br />

da tarefa revolucionária <strong>do</strong> proletaria<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>rrubar a or<strong>de</strong>m social existente. Pois essa<br />

era a experiência histórica que comprovava, conforme exposto na obra A Guerra Civil<br />

em França que “a classe operária não po<strong>de</strong> apossar-se simplesmente da maquinaria <strong>de</strong><br />

Esta<strong>do</strong> já pronta e fazê-la funcionar para os seus próprios objectivos” 4 e consolidava a<br />

necessida<strong>de</strong> e a natureza <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> transição política entre a socieda<strong>de</strong><br />

capitalista e uma socieda<strong>de</strong> sem Esta<strong>do</strong> e sem classes - o comunismo - <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> por<br />

Marx (2004) como “ditadura revolucionária <strong>do</strong> proletário”.<br />

Marx (1985) assinala que na socieda<strong>de</strong> burguesa o capital emerge como potência<br />

econômica que tu<strong>do</strong> <strong>do</strong>mina. Para ele, as formas <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> - enraizadas nas relações<br />

materiais da vida – <strong>de</strong>vem ser apreendidas daquilo que Hegel resumiu como bürgeliche<br />

Gesellschaf, mas a anatomia <strong>de</strong>sta (socieda<strong>de</strong> burguesa) <strong>de</strong>ve ser procurada na<br />

4 Disponível em: http://www.marxists.org/portugues/marx/1871/guerra_civil/. Acesso em 09 ago.2011. É<br />

a partir disso que Lênin constrói sua <strong>de</strong>fesa <strong>do</strong> imperativo <strong>de</strong> <strong>de</strong>struir a máquina estatal.<br />

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