13.04.2013 Views

A construção do Programa Estadual de Educação Ambiental

A construção do Programa Estadual de Educação Ambiental

A construção do Programa Estadual de Educação Ambiental

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

elaboração está até agora na fase inicial e, por isso, (aparentemente) idílica”<br />

(GRAMSCI, 2001, p. 248). Gramsci busca mostrar a germinação <strong>de</strong> um certo ethos, um<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> viver, <strong>de</strong> pensar e <strong>de</strong> sentir a vida. Acentua estar diante da fase na<br />

qual a industrialização mais exacerba a luta contra a “animalida<strong>de</strong>” e os instintos<br />

sexuais <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res. Pois o controle da moralida<strong>de</strong> persegui<strong>do</strong> por Ford é<br />

acompanha<strong>do</strong> pelo objetivo <strong>de</strong> Taylor <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver no trabalha<strong>do</strong>r da socieda<strong>de</strong><br />

americana os comportamentos maquinais e automáticos e quebrar a velha conexão<br />

psicofísica <strong>do</strong> trabalho profissional qualifica<strong>do</strong>. E como <strong>de</strong>staca, uma vez que somente<br />

no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho, na “criação” produtiva, o homem po<strong>de</strong> alcançar sua<br />

“humanida<strong>de</strong>” e “espiritualida<strong>de</strong>”, estas são esmagadas <strong>de</strong> imediato pelo novo<br />

industrialismo que luta por romper a ligação entre arte e trabalho e também o reflexo da<br />

personalida<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalhar no objeto cria<strong>do</strong>.<br />

O pensa<strong>do</strong>r italiano vai <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r que a americanização exige um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

ambiente, uma <strong>de</strong>terminada estrutura social e um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>. Ele se<br />

questiona sobre a natureza e o papel <strong>de</strong>sse novo Esta<strong>do</strong> que está se forman<strong>do</strong>. Enten<strong>de</strong><br />

que trata-se <strong>do</strong> momento em que as classes <strong>do</strong>minantes superam sua própria base<br />

estreita para organizar o consenso <strong>de</strong> uma ampla camada da população em torno <strong>de</strong> seu<br />

projeto ético-político. Ele se pergunta se é possível realizar a transformação psicofísica<br />

da massa trabalha<strong>do</strong>ra, tornan<strong>do</strong> o operário médio Ford no operário médio mo<strong>de</strong>rno e<br />

conclui que o tipo <strong>de</strong> organização e produção fordista era racional, tendia a se<br />

generalizar. Porém isso só po<strong>de</strong> acontecer com<br />

(...) uma mudança das condições sociais e <strong>do</strong>s costumes e hábitos individuais,<br />

o que não po<strong>de</strong> ocorrer apenas através da “coerção”, mas somente por meio<br />

<strong>de</strong> uma combinação entre coação (autodisciplina) e persuasão, sob a forma<br />

também <strong>de</strong> altos salários, isto é, da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar o padrão <strong>de</strong> vida<br />

a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> aos novos mo<strong>do</strong>s <strong>de</strong> produção e <strong>de</strong> trabalho (GRAMSCI, 2001, p.<br />

275)<br />

O fordismo alimenta que o trabalha<strong>do</strong>r não é só uma força <strong>de</strong> trabalho<br />

<strong>de</strong>sprezível, é também um consumi<strong>do</strong>r. Os altos salários pagos por Ford se constituem<br />

como o momento em que mais claramente o capitalismo vai buscar a a<strong>de</strong>são <strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res ao processo produtivo, incorporan<strong>do</strong>-os no consumo <strong>de</strong> massa e<br />

internalizan<strong>do</strong> nestes concepções <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> próprias <strong>do</strong>s <strong>do</strong>minantes.<br />

À problemática <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento capitalista, Gramsci articula a “questão <strong>do</strong>s<br />

intelectuais”. E é vincula<strong>do</strong> ao seu interesse e, conseqüente, estu<strong>do</strong> da história <strong>do</strong>s<br />

28

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!