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A construção do Programa Estadual de Educação Ambiental

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

Buscamos na presente pesquisa analisar o processo <strong>de</strong> <strong>construção</strong> <strong>do</strong> ProEEA, as<br />

disputas i<strong>de</strong>ológicas ocorridas na consulta pública, os consensos e dissensos produzi<strong>do</strong>s.<br />

Em nosso trajeto, optamos por ir aos “clássicos” para enten<strong>de</strong>r como Esta<strong>do</strong> e socieda<strong>de</strong><br />

civil se constroem enquanto categorias centrais nas principais tradições políticas<br />

mo<strong>de</strong>rnas e como as transformações econômicas, políticas e sociais ocorridas no mun<strong>do</strong><br />

vão impulsionar a a<strong>do</strong>ção <strong>do</strong> receituário neoliberal pelas economias da periferia<br />

capitalista.<br />

O final da “era <strong>do</strong>urada” <strong>do</strong> capitalismo e início <strong>de</strong> sua crise estrutural nos anos<br />

setenta (HOBSBAWN, 1995) são os marca<strong>do</strong>res principais para a ascensão da <strong>do</strong>utrina<br />

neoliberal pelo mun<strong>do</strong>. Na década seguinte Grã-Bretanha e Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s acolhem o<br />

novo pensamento hegemônico e as propostas <strong>de</strong> enfrentamento <strong>do</strong>s problemas por que<br />

passavam suas nações (FALLEIROS et al, 2010). Na década <strong>de</strong> 1980 explo<strong>de</strong> na<br />

América Latina a crise da dívida externa, vin<strong>do</strong> com ela a versão <strong>de</strong> que a crise fiscal<br />

por que passavam as economias da periferia se <strong>de</strong>viam ao alto gasto social. O<br />

“Consenso <strong>de</strong> Washington”, como ficou conheci<strong>do</strong> o receituário que pregava<br />

focalização <strong>do</strong> gasto público, <strong>de</strong>sregulação estatal e privatização <strong>do</strong>s setores públicos,<br />

torna-se a política oficial <strong>do</strong> FMI para os países latino-americanos. É <strong>de</strong>sta maneira que<br />

chega à periferia capitalista endividada, em forma <strong>de</strong> condicionalida<strong>de</strong>s, uma versão<br />

adaptada das i<strong>de</strong>ias liberal-conserva<strong>do</strong>ras que já se difundiam pelo mun<strong>do</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

início da “gran<strong>de</strong> restauração” (FIORI, 1997).<br />

A ascensão das lutas sociais pela re<strong>de</strong>mocratização <strong>do</strong> país retarda a entrada <strong>do</strong><br />

neoliberalismo no Brasil. Porém, na década <strong>de</strong> 1990, já no Governo Collor, o país a<strong>de</strong>re<br />

ao programa <strong>de</strong> reformas que garantia mais liberda<strong>de</strong> ao capital, menos direitos aos<br />

trabalha<strong>do</strong>res. No Governo Car<strong>do</strong>so (1995-2002), com o projeto <strong>de</strong> Reforma <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

o projeto neoliberal ganha status <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> governo. No Plano Diretor da<br />

Reforma <strong>do</strong> Aparelho <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, aprova<strong>do</strong> no primeiro ano <strong>do</strong> Governo Car<strong>do</strong>so, se<br />

explicita que “reformar o Esta<strong>do</strong> significa transferir para o setor priva<strong>do</strong> as ativida<strong>de</strong>s<br />

que po<strong>de</strong>m ser controladas pelo merca<strong>do</strong>” (BRASIL, 1995, p. 12). O que só po<strong>de</strong> ser<br />

posto em prática através da<br />

<strong>de</strong>scentralização para o setor público não-estatal da execução <strong>de</strong> serviços que<br />

não envolvem o exercício <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong>, mas <strong>de</strong>vem ser subsidia<strong>do</strong>s<br />

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