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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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ofícios (FONSECA, 1986). Em torno <strong>das</strong> riquezas gera<strong>das</strong> pelos engenhos<br />

encontrávamos senhores <strong>de</strong> escravos cada vez mais ricos, os negros tendo o pleno<br />

exercício <strong>de</strong> todo ofício, como por exemplo da carpintaria e da mecânica, e os<br />

brancos <strong>de</strong>les afastados.<br />

Fonseca (1986, p. 79, v. 1) relata que com a <strong>de</strong>scoberta do ouro o cenário<br />

econômico muda e o do ensino profissio<strong>na</strong>l também: <strong>de</strong>vido às condições “Homens<br />

experimentados <strong>de</strong>veriam ensi<strong>na</strong>r aos aventureiros a melhor maneira <strong>de</strong> exami<strong>na</strong>r o<br />

metal e lavrar as mi<strong>na</strong>s”.<br />

Surgem então as Casas <strong>de</strong> Fundição e <strong>de</strong> Moeda (por volta <strong>de</strong> 1729 em<br />

Mi<strong>na</strong>s Gerais) e passa a ser necessário a cada dia qualificar mais pessoas para<br />

nelas atuarem. O ensino <strong>de</strong> ofício aqui mantinha semelhanças e diferenças em<br />

relação ao que acontecia até então. Nos mesmos mol<strong>de</strong>s como ocorria nos<br />

engenhos, o ensino <strong>na</strong>s Casas <strong>de</strong> Fundição e <strong>de</strong> Moeda acontece <strong>de</strong> maneira<br />

assistemática e sem método; entretanto, ao contrário daqueles, o ensino se dirigia<br />

somente a homens brancos, filhos <strong>de</strong> colonos ou <strong>de</strong> empregados da própria casa<br />

on<strong>de</strong> se trabalhava o ouro. Curiosamente nesse período vemos um distanciamento<br />

do i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> assistência a menores <strong>de</strong>svalidos. Após o período <strong>de</strong> formação, assim<br />

como já vimos em período anterior, os aprendizes prestavam provas práticas<br />

manuais para comprovar qualificação (FONSECA, 1986).<br />

Além <strong>das</strong> Casas da Moeda, Fonseca (1986) cita os Arse<strong>na</strong>is da Marinha<br />

como centros <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> ofícios. Os profissio<strong>na</strong>is que vinham da<br />

Metrópole para neles atuar formavam os seus aprendizes <strong>de</strong> ofício. Mas a <strong>de</strong>manda<br />

foi tanta que obrigou D. Maria I a expedir Carta <strong>de</strong> Lei em 1796 em que criava <strong>uma</strong><br />

nova modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> engenheiros e dois tipos <strong>de</strong> cursos, um para formar o novo<br />

Engenheiro Construtor e o outro para preparar mestres e contramestres.<br />

Detalhe para o fato <strong>de</strong> que todos os interessados eram aceitos nos Arse<strong>na</strong>is<br />

<strong>de</strong>vido à escassez <strong>de</strong> homens – brancos, portugueses, escravos trazidos por estes,<br />

escravos da Coroa, presos ou simplesmente <strong>de</strong>tidos.<br />

Fonseca reconhece a importância dos Arse<strong>na</strong>is para a transmissão <strong>de</strong><br />

conhecimentos, por haverem eles provocado <strong>na</strong>s autorida<strong>de</strong>s a preocupação em<br />

admitir aprendizes <strong>de</strong> ofícios, ainda que somente para receber conhecimentos<br />

práticos, alijados <strong>de</strong> conhecimento teórico.

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