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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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Na opinião do autor, o ensino industrial era <strong>de</strong> fácil acesso a qualquer<br />

pessoa, <strong>de</strong> qualquer camada social. Entretanto, embora não seja nosso foco,<br />

po<strong>de</strong>mos relativizar esta informação lembrando o porquê <strong>de</strong> o governo ter facilitado<br />

o acesso <strong>de</strong> pobres a este ramo <strong>de</strong> ensino, fazendo com que se evi<strong>de</strong>nciem os<br />

interesses maiores, interesses estes que também facilitarão que a Escola se<br />

tor<strong>na</strong>sse cada vez mais elitizada ao longo dos anos.<br />

Voltando ao foco <strong>de</strong> expla<strong>na</strong>ção <strong>de</strong>ste capítulo, em relação à educação<br />

profissio<strong>na</strong>l o movimento <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>is que elaboraram o Manifesto dos Pioneiros<br />

da Educação Nova se posicionou em favor do <strong>de</strong>senvolvimento da educação<br />

técnica 87 profissio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> nível médio e superior, com multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cursos em<br />

áreas diversas 88 . Para os educadores escolanovistas o ensino profissio<strong>na</strong>lizante<br />

merecia especial atenção, já que, por ser <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do às classes trabalhadoras, sofreu<br />

margi<strong>na</strong>lização ao longo da história 89 .<br />

Com o advento da Revolução Industrial surge a exigência <strong>de</strong> qualificação,<br />

daí a implementação da formação técnico-profissio<strong>na</strong>l. Portanto, consi<strong>de</strong>ra-se que a<br />

partir da industrialização “surge a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> ensino voltado à<br />

formação profissio<strong>na</strong>l para aten<strong>de</strong>r à crescente <strong>de</strong>manda do mercado” (MELLO et al,<br />

1997, s.p.).<br />

E para aten<strong>de</strong>r a esta <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>l para a indústria, e formar o<br />

que Fonseca chamaria <strong>de</strong> “paralelismo” <strong>de</strong>ntro da própria educação profissio<strong>na</strong>l,<br />

governo e empresários, por meio da Confe<strong>de</strong>ração Nacio<strong>na</strong>l <strong>das</strong> Indústrias (CNI),<br />

lançam as bases para a implantação <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> ensino profissio<strong>na</strong>l para a<br />

indústria. O resultado foi a criação do Sistema “S”, composto pelo Serviço Nacio<strong>na</strong>l<br />

<strong>de</strong> Aprendizagem Industrial (Se<strong>na</strong>i), pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e pelo<br />

Serviço Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Aprendizagem Comercial (Se<strong>na</strong>c), única voltada ao setor<br />

terciário. O Estado dividia portanto com a indústria a responsabilida<strong>de</strong> pela formação<br />

<strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra.<br />

87 Kirschner (1993, p. 9) nesse contexto chama educação técnica a que visava à formação<br />

profissio<strong>na</strong>l do indivíduo, em função da “inspiração taylorista-fordista <strong>de</strong> organização do trabalho <strong>na</strong><br />

produção industrial”.<br />

88 Não somente voltados à indústria, mas também à pesca, transportes, comércio, mi<strong>na</strong>s e<br />

agricultura.<br />

89 Vários nomes se <strong>de</strong>stacaram em <strong>de</strong>fesa da educação dos trabalhadores, mas em especial citamos<br />

o nome <strong>de</strong> Anísio Teixeira que também se empenhou <strong>na</strong> luta por diminuir as diferenças entre as<br />

escolas dos trabalhadores e as secundárias, <strong>de</strong>sti<strong>na</strong><strong>das</strong> a <strong>uma</strong> elite.

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